A atriz Juliana Didone revelou que quase perdeu a filha Liz, de dois anos, no trabalho de parto. A artista contou, em participação no programa Boas-Vindas, do GNT, que se sente culpada por ter permitido que a equipe médica realizasse um procedimento perigoso para trazer a menina ao mundo.
Juliana queria que o parto fosse natural. Após 24 horas de trabalho de parto, aceitou o procedimento kiwi, que acabou causando ferimentos na criança.
— Tinha me dedicado muito a esse parto. Tinha doula, enfermeira e banheira de plástico no meio da sala. As dores começaram a se intensificar. Isso durou uma madrugada inteira (...) A cada vez que vinha a contração, usava uma força descomunal, e isso se repetiu por muitas vezes. E aí a gente estava na segunda madrugada de trabalho de parto. Lá pelas tantas, ouvi: "Não desiste, você vai desistir? — recordou ela.
Juliana contou que, apesar do seu instinto materno lhe falar para desistir, ela continuou por influência da equipe médica.
— Então, a gente tentou o kiwi, um procedimento que hoje nem se usa. Você fala com pediatras e eles acham loucura. É tipo um vácuo, que puxa. E eu ali, com minha equipe, sendo motivada de novo a não desistir. Chegou o amanhecer, seis horas da manhã. Eu já estava exausta — relatou.
A atriz resolveu, então, pedir ajuda para a mãe - que lhe recomendou fazer uma cesariana.
— Acho que às vezes a gente fica obcecada, achando que tem que ser isso, que isso é legal. O legal é você estar bem. E aí a gente estava tão em parafuso que eu liguei para minha mãe. Ela falou: "O quê? Vai para a cesárea agora". E ali foi uma iluminação de verdade — disse.
— Liz nasceu por uma cesárea de emergência mesmo, com a cabeça toda ferida pelo vácuo. Meu mundo caiu. Eu estava muito feliz porque minha filha estava bem e respirando, mas ela já estava em sofrimento, teve que ir para uma incubadora. Depois de tanto esforço, ela ficou nos meus braços dois minutos. Eu me senti péssima porque, em algum momento de tanto estudo, de acreditar que essa linha era a certa, a gente quase perdeu nossa filha — desabafou ela, que foi casada com o artista plástico Flávio Rossi, o pai de Liz.
Por fim, Juliana afirmou que a experiência foi um grande aprendizado.
— Eu fiz tanto esforço físico que não conseguia segurá-la nos braços. Eu não tinha energia. O medo de ter causado um sofrimento à minha filha se potencializou (...). Eu mudei a percepção que tenho da existência depois que me tornei mãe — concluiu.