Em julho de 2019, Heloísa Périssé descobriu que estava câncer nas glândulas salivares durante um check-up. A atriz se submeteu a uma cirurgia e ali teve início o tratamento contra a doença encerrado em fevereiro, quando ela anunciou a cura.
- As pessoas me perguntam o que eu aprendi com a doença. Eu digo que não aprendi nada. Só confirmei. Eu pratiquei o que vinha em teoria. Deus é pai, Deus é bom. E quando você consegue ir para um campo de não julgamento, de não se vitimizar, é a sua força bruta que surge. Você coloca sua força onde há força. Você tira de onde tem. Então, não há frustração. E se descobre um grande mundo que, talvez, nunca tivesse sido explorado - pontua a artista em entrevista ao Extra.
Durante o tratamento, foi necessário que a atriz se isolasse por um período e, neste momento, por conta da pandemia, Périssé, assim como parte dos brasileiros, está em quarentena imposta pelo coronavírus. Ou seja, sem sair de casa novamente. Para ela, o momento é propício para que a humanidade descubra seu poder transformador.
- O lado externo é efêmero, está sempre se transformando. Enquanto você finca a sua casa nessa coisa de querer a aceitação do outro, preocupada com seu número de seguidores, com a marca que você usa, é fácil dar errado - avalia.
Voltar à comédia foi algo positivo para a atriz. No primeiro trabalho de Périsse após a doença - no humorístico A Vila (Multishow) - ela conta ter se sentido incomodada pelo fato da musculatura de sua boca ainda estar paralisada.
- Gravei um programa com meu querido amigo Alê de Souza e disse a ele que estava meio receosa por conta da minha boca, de aparecer assim, com ela ainda tortinha. Ele disse que era isso mesmo, aparecer como sou e como estou. E decidi gravar. Foi muito interessante. Porque faz parte dessa história que eu vivi, é uma marca temporária - analisa a artista.
Périssé concluiu deixando claro que, apesar da doença, não deixará de sorrir e que aprendeu a pensar dessa forma, resiliente, com a família.
- Fui criada muito livre, com pais maravilhosos. Que nunca quiseram me podar. Ninguém se impressiona com nada, sabe? Não tem coitadismo. Apesar de sermos todos muito solidários, não somos uma família de problemas, mas de soluções. Eu tenho muita facilidade de me adaptar às situações. E faço o melhor que eu posso, aqui e agora. Procuro saber meu ponto de equilíbrio. Não olho para trás.