Não estranhe se, no próximo domingo (7), boa parte das atrizes a circularem pelo tapete vermelho do Globo de Ouro vestirem looks pretos.
Dessa vez, não terá nada a ver com tendências de moda, mas sim uma forma de chamar a atenção para o movimento Time's Up ("o tempo acabou", em tradução livre), iniciativa de mais de 300 mulheres da indústria do entretenimento para enfrentar o assédio sexual em ambientes de trabalho nos Estados Unidos dentro e fora de Hollywood. O anuncio foi feito em uma carta aberta na edição de segunda-feira do jornal The New York Times.
"Agora, como nunca antes, nosso acesso à mídia e aos decisores importantes têm o potencial de levar a uma verdadeira contabilidade de casos e a consequências. Queremos que todos os sobreviventes de assédio sexual, em todos os lugares, sejam ouvidos, acreditados e saibam que essa responsabilização é possível." - diz trecho da carta.
Entre as mulheres do Time's Up, está a atriz Ashley Judd, uma das mulheres que declarou ao NYT ter sofrido assédio do então poderoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein. A reportagem, publicada em outubro passado, iniciou um tsunami de denúncias contra Weinstein, que atualmente se afastou da indústria e se internou em uma clínica de reabilitação.
Além de Ashley, o Time's Up conta com atrizes como Cate Blanchett, Natalie Portman, Meryl Streep e Reese Witherspoon e empresárias como a presidente da Universal Pictures, Donna Langley, e Maria Eitel, da Nike Foundation. Entre as iniciativas está a criação de um fundo de US$ 15 milhões para subsidiar suporte legal a vítimas de assédio, abuso ou agressões em locais de trabalho. Mais de US$ 13 milhões já foram coletados. O foco principal são pessoas de baixa renda em condições de subemprego.
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