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Por Raquel Rodrigues
Karol Conka já "tombou" com suas músicas. Agora, a cantora vai para a televisão dar sua visão sobre um novo conceito de beleza. E na função de apresentadora do 'Superbonita', exibido às segundas-feiras, às 21h, a partir do dia 6 de março, no GNT. Sentindo-se à vontade na posição, ela diz que o maior desafio é manter suas opiniões neutras durante as gravações, que ocorrem no Espaço Bhering, em Santo Cristo, bairro da Zona Portuária do Rio de Janeiro.
"Trouxe o meu discurso empoderado para o programa, porque ele tem uma estética nova, é trabalhado em cima das minhas canções. Cada tema do 'Superbonita' foi tirado de letras das minhas músicas do álbum Batuk Freak", conta Karol.
Nessa temporada, Karol conversa com personalidades como Taís Araújo, Sophia Abrahão, Paloma Bernardi, Valesca Popozuda, Clarice Falcão, José Loreto, Débora Nascimento, Jout Jout, Alice Caymmi, Nanda Costa, Ludmila, Giulia Costa, Fernanda de Freitas, Fernanda Rodrigues e Jaloo. A apresentadora também vai às ruas falar com anônimos e desconstruir estereótipos. Segundo Karol, existem muitos estilos diferentes no mundo das mulheres "superbonitas".
"Há uma mudança comportamental que rola não só no Brasil, mas no mundo inteiro. É uma reeducação cultural mesmo. Nosso programa vem com a libertação da sua própria beleza. Você é 'superbonita' da sua maneira, não precisa seguir um padrão para se enquadrar", opina.
Convidada desde o final do ano passado para substituir Ivete Sangalo na função, Karol admite ter ficado emocionada com a proposta. Para ela, o que mais a motivou a aceitar o convite foi a oportunidade de explorar a transformação comportamental da sociedade quando se fala de beleza e padrões estéticos.
"Os temas abordados têm tudo a ver comigo, saíram das minhas músicas. Acho importante a preocupação de passar essa mensagem e acompanhar a reeducação cultural brasileira. E, além disso, ter uma artista na linha de frente que se sinta à vontade ao falar desse assunto, porque ele é realmente ligado à minha arte", defende.
Outra novidade do programa é que cada episódio contará com a participação de uma youtuber, como Jout Jout, por exemplo. Elas vão falar sobre o tema do dia e, de quebra, compartilhar um dos seus truques de beleza. Para Karol, a união da tevê com a internet só aumenta a repercussão das informações. Até porque, após a exibição do programa, o episódio fica disponível para os assinantes na plataforma GNT Play.
"Acho fantástica a fusão da web com a televisão! As pessoas conseguem absorver informações rapidamente dessa forma. Não há razão para não estarem juntas", afirma.
Vítima de preconceito quando era mais jovem, Karol teve uma evolução em sua autoestima quando conheceu o rap, raspou o cabelo e o assumiu crespo - antes, chegou a alisar os fios por anos. Hoje, perguntada sobre o que pensa das pessoas que recorrem a esse tipo de tratamento, se limita a não julgá-las.
"Alisei meu cabelo, mas parei quando conheci o rap, aos 16 anos. Me senti confortável para usá-lo. E, com o tempo, aprendi que ficava muito mais bonita com o cabelo assim. Mas tem mulheres que se sentem lindas com ele liso e acredito que isso não diminui a negritude de ninguém. Às vezes, é uma questão estética mesmo: a pessoa gosta de se ver assim", conclui.
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