Quem lembra dos questionários da época da escola, em que fazíamos perguntas pessoais aos colegas? Sua origem é a França, onde se popularizou e ganhou o mundo, há mais de um século, por meio do autor Marcel Proust (1871-1922). Confira a versão de Claudia Tajes, sob o ponto de vista de realistas e sonhadores:
Qual sua ideia de felicidade?
Realista: felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes.
Sonhador: um mundo sem guerras.
Qual seu maior medo?
Realista: que o litro da gasolina passe de R$ 10.
Sonhador: viver sem medo.
Qual seu maior defeito?
Realista: sonhar (mas muito de vez em quando).
Sonhador: deixar a realidade me contaminar (mas muito de vez em quando).
O que você mais detesta nos outros?
Realista: falta de pragmatismo.
Sonhador: excesso de pragmatismo.
Quem é você depois da pandemia?
Realista: o mesmo de antes, agora com três doses de vacina.
Sonhador: alguém que acredita ainda mais na vida.
Qual seu prato preferido?
Realista: depende do que estiver em oferta no supermercado.
Sonhador: prato cheio para todos.
Qual seu sonho de consumo?
Realista: um botijão de 13 quilos.
Sonhador: se as pessoas consumissem menos, o planeta não estaria do jeito que está.
Uma crença?
Realista: urna eletrônica.
Sonhador: democracia.
Se pudesse nascer de novo, quem gostaria de ser?
Realista: reencarnação não existe.
Sonhador: Beyoncé, óbvio.
Em que lugar do mundo gostaria de morar?
Realista: com o dólar pela hora da morte, vou ficando por Porto Alegre mesmo.
Sonhador: tenho passaporte vacinal, vou para onde eu quiser.
Como gostaria de morrer?
Realista: dormindo.
Sonhador: vivendo.
Qual é o seu lema?
Realista: um dia de cada vez.
Sonhador: tem uma luz no fim do túnel – e não é a da concessionária, que nos deixou dias e dias sem energia.
Que conselho deixaria para seus filhos?
Realista: não tive filhos. Não transmiti a nenhuma criatura o legado da minha miséria.
Sonhador: olha lá em quem vocês vão votar.