Credo, cruzes, Jesus, socorro. Já perceberam o que tem de tarado nas notícias de jornal nesses últimos tempos?
Agora mesmo apareceu mais um cirurgião plástico, o segundo em poucos meses, denunciado por abusar de pacientes, de filha de paciente, talvez de quem entrasse em seu covil – que era o que parecia o consultório, dadas as más condições de higiene e conservação. Além de tarado, porco.
— As mulheres iam para as consultas, e ele começava com aquele toque que ultrapassa a boa relação que se espera entre médico e paciente. Mantendo toques às vezes íntimos. Há casos em que a paciente retornou após procedimento para retirar os pontos e ele pediu para que ela tirasse toda a roupa — contou a delegada que investiga o caso.
A filha de uma paciente, já importunada durante as consultas da mãe, pensou que esperaria pela cirurgia com a relativa calma que se consegue manter nessas horas. Arrã. Após 40 minutos, o tarado saiu do bloco e foi para cima dela:
— Eu estava sentada, apoiada no braço do sofá, e ele apareceu. Se jogou em cima de mim, eu não conseguia sair dali. Eu lembro que disse, “minha mãe é idosa, está na mesa, anestesiada”. Mas ele não se importava.
Até a entrega da coluna, 17 mulheres já haviam denunciado o – incomoda chamar assim – médico. Periga chegar nas mais de 40 que, em 2020, denunciaram o duplamente colega do sujeito de agora, aquele outro cirurgião plástico tarado de Porto Alegre.
Na mesma semana, um professor de química do Ensino Fundamental de Joinville, em Santa Catarina, foi detido pela polícia gaúcha por suspeita de ter orientado um pedófilo de Pinheiro Machado a usar medicamentos para sedar a enteada de oito anos durante abuso sexual. Nesse caso, a mãe da criança percebeu e fez a denúncia.
— Eles trocavam fórmulas, nomes de equipamentos para dopar e sedar a menina, fotos com pornografia infantil e informações sobre como aliciar crianças pelas redes sociais — informou o delegado.
Mas gente. Que mundo é esse?
Ainda teve o caso da Fernanda, lojista de Minas Gerais. Um brutamontes vestido de cor-de-rosa entrou na loja e a empurrou para o provador. A moça achou que ia ser assaltada, mas não demorou a perceber as intenções do agressor, como contou ao jornal O Globo:
— Eu estava encurralada na cabine, me debatendo porque ele é muito grande, ele tentava tirar a minha calça mas não conseguia, porque estava bem apertada.
Uma hora, ele arrebentou o botão, e colocou a mão por dentro da minha calcinha. Eu não conseguia falar, a voz não saía. Não sei de onde tirei forças para dar um murro no peito dele. No mesmo momento, eu finalmente recobrei a voz e falei “Sai daqui, seu nojento, vou gritar”.
O bandido então foi embora, mas não sem antes chamar a Fernanda de louca. Sim, o tarado chamou a vítima de louca. Muito nervosa, com o objetivo de alertar outras mulheres e identificar o agressor, Fernanda gravou um vídeo com uma mensagem muito importante.
— Gente, não é roupa, não é nada, eu tô aqui trabalhando, vestida com calça e camiseta, então não culpem a mulher. Nós somos vítimas e depois eles dizem, ah, mas ela tava de shortinho, ela tava de cropped. Isso tem que acabar.
Para a Fernanda, para todas as vítimas do cirurgião tarado, minha solidariedade. E que as mães fiquem muito atentas para os abusos sexuais que seus filhos possam estar sofrendo – muitas vezes, dentro da própria casa. Segundo todos os especialistas, as mudanças repentinas de comportamento dos pequenos são o indício mais forte de que alguma coisa está errada. Pode não ser isso, mas cuidado nunca é demais quando se trata de criança, as nossas e todas as outras.
Disque 100 é o número para as denúncias, ligação gratuita.
Tarados na cadeia. Já vão tarde.