Hoje viemos propor um questionamento: que tal revermos o uso da expressão Black Friday, como diversas marcas e empresas já fizeram mundo afora? E não estamos falando de deixar de lado esta data que marca descontos vantajosos para o consumidor, mas, sim, de repensar o termo.
Para explicar a razão dessa proposta, vamos ir um pouquinho mais longe, na origem da expressão. Ao contrário do que já se chegou a divulgar, Black Friday não tem a ver com a venda de escravos nos Estados Unidos. Ainda bem. Entretanto, a origem do título dessas superpromoções típicas ao dia seguinte ao Feriado de Ação de Graças americano tem uma relação racista sim, embora não tão óbvia.
Existem algumas teorias sobre quando Black Friday passou a designar esta sexta de descontos. Uma história bastante difundida nos EUA afirma que a expressão era usada pela polícia da Filadélfia, no início da década de 1990, para o dia seguinte à Ação de Graças, que abria temporada de compras de Natal e levava muitas pessoas às ruas, causando aglomerações e congestionamentos nas ruas.
Black Friday também foi associado, ainda na década de 1950, ao fato de muitas empresas relatarem que vários funcionários faltavam na sexta-feira após o feriado de Ação Graças, alegando que estavam doentes. Seria uma estratégia para emendar o feriado com o fim de semana.
Outra história mais antiga, e bem mais difícil de ser comprovada, associa a Black Friday também à uma crise financeira em 1869. Naquela sexta-feira, dois especuladores tentaram tomar o mercado de ouro e acabaram quebrando a bolsa de valores de Nova York. O dia ficou conhecido como Black Friday.
O certo é que o termo sempre esteve associado a algo nada positivo: confusão, crise, quebra, falta ao trabalho. Como quando usávamos o negro para se referir a algo não tão notório, a algo ruim, a algo que não presta: lista negra, magia negra, período negro, ovelha negra. Mudamos essas expressões, né?! Será que não teríamos que repensar o uso de “Black friday”? O mundo está mudando - e a gente muda com ele. Vamos ver quais as expressões que algumas empresas e marcas já estão adotando?
Para a rede de lojas gaúcha Monjuá, o Black foi trocado por Happy. São 200 mil peças com descontos de 65%.
Para a grife Was, este momento de descontos ganhou um adendo que tem tudo a ver com sofisticação da marca, Care Friday. As clientes podem acessar o site da marca (wasoficial.com) para conferir peças atemporais que são pontos de estoque com descontos de até 50%.
A Gang, marca de roupas com personalidade jovem que traduz tendências com foco no jeanswear, tem a Colorfull Week – cada cor, tem um dia com 50% de desconto. Ideia ótima.
A designer de joias gaúcha Leticia Tolentino foi muito criativa na troca: deu o nome de Ziggy Friday. O nome é do cão mascote da marca e, a cada peça comprada, 10% a 15% do valor será revertido em prol da causa animal. Que amor, né?
O mesmo amor pelos pets surge na grife infantil Graveto, que deu o nome de Pet Friday. No dia 27 de novembro, sexta, a marca doa todo o lucro para a Ong Patas Dadas. Se vai ter desconto? Não. A grife slowfashion não adota os descontos por não querer estimular o consumo desenfreado que vai contra a essência do seu produto, de personalidade atemporal e sustentável, mas direciona o valor para uma bela e justa causa.
A farmácia de manipulação Vida Nova, renomada por desenvolver fórmulas de tratamento da beleza e saúde da pele, começa um período de descontos chamado Block Week – que tem relação com algumas fórmulas da farma que “bloqueiam” a absorção de parte de gorduras ou carboidratos ingeridos, por exemplo.