Algo que tem se discutido cada vez mais, principalmente durante este período pandêmico que nos provocou todo tipo de indagações, é a forma de consumir moda. A gente sabe que esta é uma indústria que movimenta bilhões, emprega milhões, é fundamento da cadeia econômica de muitos países, inclusive o Brasil, mas também sabemos que essa mesma indústria que emprega e atiça a roda da fortuna é a segunda que mais polui no mundo, perdendo apenas para a do petróleo. Isso é assustador.
Falar em moda sustentável parece quase antagônico, mas podemos, sim, falar sobre uma moda ética, que respeite ao máximo todas as etapas da cadeia de produção, inclusive readaptando produtos. É isso que precisamos exigir desde já, a começar pelas nossas ações. Somos nós que mudamos o mundo e geramos transformação.
Precisamos, urgente, discutir a nossa forma de comprar. Queremos nos encantar com o novo, mas de forma muito mais consciente do que comprar “brusinhas” a toque de caixa a cada semana, as do tipo que serão descartadas na semana seguinte. Portanto, o que queremos provocar com este texto são ações para exercitarmos um hábito de consumir menos nocivo ao nosso entorno. Vamos?
Você precisa? Faça essa pergunta
Você precisa daquele top que até veste desconfortável, da saia que vai usar uma única vez, da calça praticamente igual a tantas outras que já tem, da camisa que quer só porque viu no feed da influencer da hora? Questione sua compra. Por que comprar algo que não faz sentido para você, que não conversa com seu estilo, que não lhe faz falta? Consumir moda não pode ser um prazer efêmero, não mais. É preciso mudar essa mentalidade, criando uma relação mais profunda com a compra, mais intensa, mais real, mais verdadeira. Portanto, questione-se antes de adquirir uma peça que não lhe diz nada de fato.
Não pense em quantidade, pense em qualidade
Uma pessoa bem vestida, com estilo, não tem dezenas de peças, tem roupas boas que realmente conversam entre si e traduzem a personalidade. Pense nisso. Observe acabamento, costura, qualidade do tecido, avalie a durabilidade da peça. Pare de comprar em excesso, comece a comprar certo.
Vestir-se bem é autoconhecimento
Comece já. Toda pessoa estilosa que você conhece tem algo em comum: sabe quem é, o que quer, o que combina com ela. Você precisa se perguntar mais, se questionar mais, se conhecer melhor. Pense nas peças que mais curte, o que elas têm em comum, o que dizem sobre você em cores, padronagens, modelagens. Analisando suas escolhas, você vai compreender muito mais sobre seus gostos. Também avalie seu corpo, o que mais gosta, o que gosta menos, qual é a parte que mais curte mostrar – e escolha roupas que façam isso, que salientem o que mais curte em você. E pense no seu dia a dia, que tipo de roupa precisa mais e as priorize na hora da compra.
Comece a valorizar o consumo de segunda mão
E os espaços de roupas compartilhadas. Se você tem necessidade do novo, atente que este novo pode vir de roupas que já existem, mas que são inéditas para você. Os brechós e os closets compartilhados, conhecidos como roupatecas, podem ser uma ótima alternativa para inovar, modificar, transformar sem gastar demais e sem, o que é melhor, colocar novas peças no mundo. E tudo isso com muito estilo.
Faça uma lista de compras com tudo que falta em seu closet
E isso não quer dizer que você vai comprar tudo de uma vez, mas que vai saber o que realmente comprar quando for necessário. Vá anotando tudo que percebe faltar na hora que está se vestindo, na hora de montar os seus looks. Tenha esta lista sempre à mão no momento da compra – e a respeite. Isso aprimora o seu estilo, economiza o seu dinheiro e resulta em comprar mais certeiro e com um visual apurado.