O desejo por cílios grandes não é de hoje – o rímel sempre foi um dos produtos de maquiagem mais queridinhos. É por isso que a técnica de alongamento dos cílios chegou com tudo e mantém-se como uma das principais tendências de beleza.
Para esclarecer dúvidas sobre o procedimento, conversamos com Adriana Lamberti, extensionista de cílios e proprietária da Unique Lashed, na Capital, e com Christine Cioba, médica oftalmologista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre:
Quanto tempo dura o procedimento?
Em média uma hora e meia. Este tempo varia de acordo com a técnica escolhida e a quantidade de fios naturais.
Dói?
Segundo a extensionista de fios, não dói, e, para suas clientes, pode ser um momento de ouvir música e relaxar. Mas isso pode depender da sensibilidade de cada uma.
Quanto tempo dura o efeito?
Em torno de 30 a 40 dias. Uma pessoa normal perde cerca de três a cinco cílios por dia, naturalmente. Visto que os cílios sintéticos são colados em cima dos naturais – que costumam seguir o mesmo ciclo –, eles vão cair ou crescer de acordo com a atividade do fio verdadeiro.
Qualquer pessoa pode fazer?
Não, existem algumas restrições. Na Unique Lashed, por exemplo, são vetadas mulheres grávidas que nunca tiveram contato com a técnica.
Pessoas que passaram recentemente por tratamentos contra o câncer também não são aconselhadas a fazer, em função da queda de pelos. O estúdio também não faz alongamento de cílios em quem já teve glaucoma e têm alergia a esmalte (porque elas tendem a ter alergia a cola do alongamento). Menores de 18 anos só podem fazer se acompanhadas dos pais.
Christine observa que pacientes que têm um quadro de blefarite, uma infecção na pálpebra, não devem fazer o procedimento, porque ele tende a pior a condição. Também devem evitar realizar a técnica pacientes com lesões de córnea ou que estão passando por algum tratamento nos olhos.
Quem usa lentes de contato deve ter cuidado redobrado, porque ela em si já é um corpo estranho dentro do olho, e, com o procedimento, lesões de córnea podem se desenvolver com mais facilidade.
A extensão de cílios causa queda dos fios naturais?
Não, desde que seja feita de forma correta. Existe um peso adequado para cada cílio natural. Tem pessoas que têm fios muito finos, uns são curtos, outros mais grossos. Tudo isso deve ser avaliado no dia do procedimento, explica Adriana.
– É feita uma avaliação dos cílios naturais da cliente. Dentro dessa avaliação, será apresentada a técnica adequada, conforme o que ela quer, a espessura e o tamanho adequados. Fazemos um cálculo do peso que pode-se aplicar com o cílio sintético. Esse peso varia de pessoa para pessoa. Às vezes a cliente chega e fala que quer super cílios, mas de nada adianta se ela tem cílios naturais pequenos ou frágeis. Se colocarmos cílios muito grandes volumosos, os naturais vão cair.
A médica explica os riscos de ultrapassar o volume ideal:
– Existe uma quantidade específica de cílios sintéticos que deve ser colocada nos naturais. Quando essa quantidade específica e o tamanho dos cílios são maiores do que o ideal, isso gera uma disfunção. Os cílios têm uma função importante de proteção da superfície do olho contra a entrada de microrganismos, de partículas do ar, da poeira, da poluição. Às vezes, as estéticas colocam muitos fios sintéticos, e eles acabam entortando. Nestes casos, um fio bate no outro e esse trauma faz com que os cílios caiam. Os fios naturais podem cair, sim, principalmente quando colocados sintéticos em excesso.
Alguns cuidados importantes
Cola em excesso
Segunda a médica Christine, um dos principais problemas do procedimento é a cola utilizada para fixar os cílios. Normalmente, o cílio sintético é aplicado no cílio natural da cliente, e ele não deve encostar na pálpebra. Só que, se é colocada em excesso, a cola acaba encostando.
Quando a cola entra em contato com a pele, ou se a paciente tem alguma reação alérgica em função de algum componente, ela pode desenvolver uma conjuntivite química ou alérgica.
A cola em excesso seca e cria uma casquinha, que também pode entrar no olho como um corpo estranho. Isso pode gerar lesões na córnea, que podem ser bem graves e até evoluir para uma úlcera de córnea infecciosa.
Alergia
Algumas clientes que acabam desenvolvendo alergia a alguma substância da cola. O ideal é sempre fazer um teste, pode ser no braço, para garantir que ela não apresenta nenhuma reação.
Mesmo sem nenhuma alergia, a cola, por si só, ao entrar em contato com a pele, pode gerar a inflamação da borda palpebral, principalmente quando em excesso. Quando a pálpebra fica muito inflamada, a paciente pode ter uma disfunção das glândulas, o que pode gerar olho seco.
Higiene
A médica ainda destaca a importância da higienização dos cílios após o procedimento. Ela tem que ser feita com xampu de bebê neutro, todos os dias. Com cuidado, sem necessidade de esfregar a ponto de machucar.
As técnicas
Sim, são três:
Fio a fio
É a versão clássica, em que há um fio sintético para cada fio natural. É o mais natural possível. Essa técnica não dá volume, mas sim tamanho e curvatura.
Volume russo
Técnica que oferece mais volume. São leques de até seis fios preparados na hora, com o tamanho, espessura e curvatura adequados para cada cliente. Esses fios específicos possuem uma espessura menor do que os utilizados na técnica do fio a fio, para que o cílio natural não seja agredido.
Volume híbrido
É uma mescla das outras duas técnicas.