A moderna releitura do Tan Tan Noodle Bar

O Tan Tan Noodle Bar é um restaurante que abriu em dezembro de 2015. Tem com uma forte inspiração oriental e um toque super moderno. Já na entrada você é recebido por uma hostess que te bota em uma fila digital. Quando a sua mesa libera você recebe uma mensagem no celular. O lado de fora do restaurante tem mesas, cadeiras e é bem cheio. A rua é relativamente tranquila de noite, então é bem agradável sentar do lado de fora.

O ambiente interno é bem aconchegante. Um pouco apertado, mas dá pra ver uma boa parte da cozinha (que fica dentro do salão mesmo) e a dupla de barmen trabalhando. A música toca rock/pop no volume ideal. Até o teto do restaurante é bonito. Como o ambiente estava bem concorrido, comecei sentando no balcão do bar.

O cardápio é bem caprichado. Já começa com um destaque para as as entradinhas e os pratos principais. O restaurante oferece algumas opções vegetarianas/veganas, e também tem macarrão sem glutén para quem é intolerante ou segue alguma dieta. Alguns pratos oferecidos são bem tradicionais, como os Ramens, mas existem opções mais modernas, como os sanduíches e o Karê Udon, por exemplo.

Comecei tomando um Gojira. É uma releitura do tradicional coquetel Moscow Mule, que originalmente leva Ginger Ale, Vodka e suco de limão. A diferença é que o que eu tomei leva Shochu, que é uma bebida destilada japonesa, geralmente feita com arroz. O coquetel vem na tradicional caneca de cobre, com bastante gelo. É fresco, suave e muito saboroso. O gosto levemente picante do gengibre casa muito bem com o azedinho do limão, e a bebida tem umas notas florais.

Também pedi de entrada meia porção de Tebá: asinhas de frango fritas com um molho agridoce picante. Eu devia ter pedido uma porção inteira, porque esse foi o frango frito mais gostoso que eu já comi na vida! O molho é ardido na medida certa, e a crosta do frango é espessa e crocante. Dentro, a carne é super macia e suculenta, chegando a cair dos ossos. O único problema do prato é que faz a maior bagunça pra comer. Mas vale a pena, já que é de lamber os dedos.

Pedi um Bukakke Udon. Bukakke é um termo japonês que significa “líquido espalhado”. Você derrama o líquido (o caldo) sobre o prato, que leva Udon, um macarrão oriental bem espesso, nabo ralado, uma folha de Nori tostada, flocos de bonito seco (Katsuobushi), pedacinhos de massa de tempurá fritos (Tenkasu), cebolinha e uma ameixa Japonesa em conserva (Umeboshi).

O caldo vem em uma jarra. É molho Tsuyu, que leva caldo do Katsuobushi e vinagre de arroz. O caldo é azedinho e tem um sabor marcante. Combina muito com o macarrão, que vem quase sem sal. A massa é densa e espessa, ligeiramente gelatinosa. Os pedacinhos de tempurá fritos são deliciosamente crocantes, e os flocos de peixe são intensos. O nabo é super delicado, e a cebolinha complementa perfeitamente o prato. A Umeboshi tem um sabor bem forte - não é pra comer de uma vez só!!. É pra ser apreciada com mordidinhas.

De sobremesa eu pedi um Kakigori - é uma pequena montanha de gelo raspado com a textura de neve, coberto com uma calda de chá verde e leite condensado. De aparência impressionante, o “sorvete" derrete na boca na hora. O sabor doce do leite condensado é bem balanceado com o amargo do chá verde, e a cor é maravilhosa. É um outro prato que faz bagunça pra comer, já que a montanha de gelo raspada é muito leve. A sobremesa vem ainda com mais um pouco de calda para jogar dentro do sorvete.

A experiência saiu por 102 reais com serviço incluso. Não é um dos Ramens mais baratos de São Paulo, mas a experiência faz valer a pena. Quem pede Ramen também pode pedir um refil de macarrão, caso sobre caldo no prato. O ambiente é bem cheio, então você pode acabar um pouco apertado no balcão - tanto é que acabei mudando pra uma mesa depois. Os coquetéis são geniais, e o serviço é muito atencioso. É um lugar muito bacana de ir quando você procura uma releitura moderna de pratos clássicos orientais.