Desde dezembro de 2020, o ator Elliot Page, famoso por filmes como Juno (2008) e A Origem (2010), vem compartilhando publicamente detalhes de sua transição de gênero. Recentemente, o artista lançou uma autobiografia, intitulada Pageboy (2023), na qual desabafa sobre os conflitos e as pressões do processo de se assumir como um homens trans.
Em entrevista ao Fantástico, veiculada neste domingo (6), ele relembrou a confusão que sentia na infância.
— Desde que eu era criança eu me sentia diferente. Minhas primeiras memórias são sobre essa confusão estranha entre como eu me percebia e como as pessoas me viam. Escrever essa biografia deixou tudo isso mais claro — afirmou.
Em um trecho da obra, ele descreve: "Precisava evitar meu reflexo, não conseguia olhar fotos, porque o que via nunca era eu de verdade. Aquilo estava me adoecendo".
Por esse motivo, ainda criança, Elliot pedia para cortar o cabelo curto. Acontece que, para a produção de personagens, às vezes precisava desenvolver traços mais femininos (como o cabelo comprido). Assim, ele relata que não conseguia assistir aos filmes em que atuava e frequentemente acordava com ataques de pânico.
— Eu de alguma forma sempre canalizei o meu desconforto nos personagens — explicou, ao programa.