Intérprete de Sylvie Grateau em Emily em Paris, Philippine Leroy-Beaulieu rebateu as críticas que a série vem sofrendo desde sua estreia, em 2020, por retratar a cultura francesa de forma estereotipada.
— Os franceses sabem rir das outras pessoas, mas não sabem rir de si mesmos — afirmou a atriz, que nasceu na Itália e tem cidadania francesa, em entrevista ao PageSix. — Eles não têm senso de humor, é o que eu acho — acrescentou.
Lançada em outubro de 2020 na Netflix, Emily in Paris narra as aventuras da gerente de marketing norte-americana Emily, vivida por Lily Collins, pela capital francesa. Com isso, a série produzida por Darren Star, criador de Sex and the City, traz à tona as diferenças culturais entre os dois países.
No entanto, parte da imprensa e do público da França afirmou que a série apresenta uma visão estereotipada e não realista sobre a cidade. As críticas vão desde as escolhas estéticas da produção, com boinas e cigarros, até a representação dos hábitos parisienses.
Grateau, no entanto, comentou que, apesar de brincar com os esteriótipos dos franceses, a série também debocha de comportamentos dos norte-americanos.
— Eles (os franceses) sempre se magoam e ficam chateados quando as pessoas riem deles, (mas) eles não percebem que Darren (Starr) também está zombando dos americanos, muito - eles não percebem isso — pontuou a atriz.
A série ganhou uma segunda temporada no mês passado, e os novos episódios também vêm gerando polêmica. Dessa vez, foram os ucranianos que não gostaram de como foram representados.
O ministro da Cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkachenko, apresentou uma reclamação à Netflix pelo modo como a produção abordou a personagem Petra (Daria Panchenko), uma ucraniana que não compreende muito bem nem francês nem inglês. "Em Emily em Paris, nós temos a caricatura de uma mulher ucraniana que é inaceitável. É também um insulto. É assim que os ucranianos são vistos lá fora?", disse ele.