No programa Altas Horas, exibido na RBS TV no último sábado (25), a atriz Marieta Severo comentou o período em que precisou interromper os trabalhos televisivos por conta da censura causada pela ditadura militar. Na época, a artista, que está com 75 anos, ficou exilada na Itália, junto de seu ex-marido, o cantor e compositor Chico Buarque.
— Era na época da ditadura, essa época terrível que a gente espera que não volte nada semelhante, parecido. Existia uma censura, existia uma impossibilidade de Chico (Buarque) se apresentar na televisão e não achava que era justo eu me apresentar e ele sendo censurado — afirmou Marieta — Fiquei uns 10 anos sem fazer televisão, e o motivo foi esse. Não foi nenhuma opção profissional.
A atriz ainda comentou que, por conta desse exílio, a filha do casal, Sílvia, acabou nascendo na Europa. Além disso, Marieta relembra que os dois previam ficar na Itália por volta de 20 dias, mas acabaram estendendo o prazo por conta das prisões de Gilberto Gil e Caetano Veloso. De acordo com ela, Chico Buarque seria o próximo se retornasse ao país.
— Recebemos o recado de que se o Chico voltasse ele seria preso. Eu estava com o barrigão (grávida). Aí a gente falou: não vamos voltar. Silvinha nasceu na Itália por isso. Por causa desse período tenebroso que alguns clamam de volta, mas com a minha experiência digo que não há nada pior. É insuportável viver sem liberdade e democracia.