A jornalista Lilian Ribeiro, 37 anos, falou sobre seu diagnóstico de câncer de mama à edição desta terça-feira (9) do programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Na segunda (8), após uma semana de afastamento do trabalho, a apresentadora entrou no ar com um lenço nos cabelos e revelou a doença ao vivo para o público do Em Pauta, programa que comanda na GloboNews.
Questionada sobre a resposta do público à revelação, Lilian conta:
— Eu não sei como eu vou conseguir ler tudo e responder tudo. Uma enxurrada de amor, uma enxurrada de carinho, de pessoas que já passaram por isso, de pessoas que estão enfrentando isso em família. Eu acho que para esta enxurrada de amor eu estava pouquíssimo preparada, mas agradeço demais em meu nome e em nome da minha família.
Conforme Lilian, a descoberta do câncer de mama foi recente. Veio no dia 1º de outubro, poucos dias após a morte de uma familiar para a mesma doença. Imersa no processo de luto, a jornalista teve dificuldade, no início, em conseguir encarar o diagnóstico de uma forma otimista.
— Perdi uma prima-irmã no dia 18 de setembro. Estava ao lado dela no momento em que ela partiu, com câncer. Um câncer que começou na mama há cinco anos — lembrou a jornalista. — Vivendo esse luto da minha querida Tatiana, eu já estava com a mamografia marcada, já havia percebido um nódulo, já havia ido ao médico — contou Lilian, que realizou os exames de imagem no dia 23 de setembro e confirmou o diagnóstico de câncer dias depois.
— Eu estava muito conectada com aquele luto, aquela perda, e levei alguns dias para começar a pensar em vida, não em morte. Levei alguns dias para entender que eu poderia viver essa experiência de uma forma diferente — revelou.
Lilian também falou sobre a decisão de compartilhar o diagnóstico com o público e ressaltou que o desejo de falar que está enfrentando a doença partiu dela. A carioca citou Alice Bastos Neves e Cristina Ranzolin, comunicadoras da RBS TV que também falaram publicamente sobre suas lutas contra o câncer, e agradeceu as gaúchas:
— Quero agradecer publicamente a Alice e a Cristina. Não conheço as duas pessoalmente, mas elas me inspiraram muito em pensar que isso pode ser tratado de uma maneira transparente. A gente não têm motivo para se envergonhar de um diagnóstico de câncer ou fingir quer ele não existe.
Para a apresentadora, o principal processo desde o diagnóstico e o início do tratamento tem sido perceber que é possível viver com câncer. Ela incentivou outras mulheres que enfrentam a doença a encararem o diagnóstico como um caminho para a cura.
— A primeira vez que cheguei no local onde faço quimioterapia, li "Oncologia" e pensei: "O que estou fazendo aqui?". Mas, com o tempo, você percebe que há vida nesse tratamento. Não é que a vida para para você se tratar, a vida continua enquanto você se trata — refletiu. —Você vai vendo histórias de tantas e tantas mulheres que estão vivendo com câncer e estão vivendo de verdade. Não é morrendo em vida, é vivendo. Todo dia alguém está recebendo o diagnostico de câncer. Tem dias que vão doer, dias que não vão ser bons, mas não precisam ser assim todos os dias da vida da gente.