Desde que Sex/Life chegou ao catálogo da Netflix, no final de junho, manteve-se como uma das séries mais comentadas e assistidas do momento. Recheada de cenas picantes, com direito até mesmo a nu frontal, parte das aventuras eróticas que têm feito sucesso na tela foram inspiradas em fatos reais.
A série é baseada no livro 4 Homens em 44 Capítulos, da escritora norte-americana B. B. Easton, que escreve sobre experiências sexuais vividas enquanto se vê em um casamento sexualmente frustrado. Este é justamente o enredo que conduz a produção: Billie (Sarah Shahi), inspirada na autora, é uma dona de casa e mãe de dois filhos que, entediada com a vida sexual ao lado do marido, Cooper (Mike Vogel), revive os tempos de solteira ao reencontrar um antigo namorado, Brad (Adam Demos).
Ainda assim, o seriado tem algumas diferenças importantes em relação à obra de B.B. Easton. Confira o que mudou na adaptação e mais curiosidades sobre Sex/Life:
Sem traição
A principal diferença em relação ao livro (e, consequentemente, à vida da escritora) está no fato de que B.B. Easton, conforme relata, não traiu seu marido durante o período em que começou a rememorar suas experiências sexuais em um diário. Aliás, eles permanecem juntos.
Já na série, Billie enfrenta as mesmas questões vividas pela autora, mas o modo como lida com elas é distinto. Em vez de apenas escrever lembranças eróticas em um caderno, Billie passa a viver as experiências desejadas com Brad, mesmo estando casada com Cooper.
Na vida real, a autora driblou sua frustração escrevendo detalhes de relações que viveu no passado, como uma forma de relembrar momentos que não conseguia vivenciar com o marido. Foram justamente essas descrições detalhadas que inspiraram as cenas picantes vistas em Sex/Life. Ou seja, grande parte foi realmente vivida por B.B Easton, mas antes de seu casamento.
Brad na potência quatro
Como Brad na verdade não existe, já que B.B Easton jamais reencontrou um ex-namorado com quem teve um caso extraconjugal, não é de se estranhar que ele também não seja inspirado em um único homem. No livro, a autora conta os detalhes de quatro paixões avassaladoras que viveu antes do casamento, as quais inspiraram o personagem que vem roubando a cena em Sex/Life.
Eles são descritos por ela como "um tatuador que se tornou marinheiro, um motociclista fora da lei, um punk em liberdade condicional e um baixista em uma banda de heavy metal". No melhor estilo bad boy, todos eram o legítimo oposto do marido da escritora, Ken — e justamente por isso as lembranças lhe causavam tanta ansiedade. "Ele (Ken) é pelo menos 90% perfeito para mim, mas ultimamente, tudo o que consigo pensar é nos 10% da pessoa que está faltando: paixão e tatuagens", define ela em um trecho do livro.
Apimentada na relação
Neste ponto, alguém pode questionar: se B.B. Easton estava tão incomodada com os 10% que não fechavam a conta, por que não conversou com o marido sobre suas frustrações sexuais, em vez de escrever lembranças eróticas em um diário? É possível que esta mesma reflexão tenha passado pela cabeça da autora em algum momento, já que ela deu um jeito de fazer com que o companheiro descobrisse suas frustrações. Mas não foi dialogando.
Assim como na série, a escritora deixou seu diário propositalmente para o marido ler. A ideia de B.B. era fazer com que Ken, ao deparar com suas memórias sexuais, percebesse que ela desejava coisas diferentes daquelas que estavam vivendo no casamento.
A jogada acabou dando certo e ela conseguiu a "apimentada na relação" que buscava, como contou em entrevista à Oprah. Ainda assim, a autora não recomenda que a atitude seja replicada por aí:
— Se você está tentando mudar o comportamento do seu marido, é melhor ter uma conversa. Se eu tivesse uma máquina do tempo, mudaria isso.
Reação ao assistir
Apesar de ser fonte de inspiração, B.B. Easton não participou diretamente da produção de Sex/Life. Por esta razão, assistir ao resultado final da adaptação de seu livro foi uma surpresa bastante divertida.
— Ver esses supermodelos lindos em uma tela, retratando eu e meu marido, enquanto estávamos de moletom, sentados em nosso sofá de 12 anos, na quarentena... achamos muito engraçado — contou a escritora a Oprah, também defendendo que, apesar das diferenças importantes em relação à história real, a essência das incertezas da personagem é a mesma vivida por ela.
Família na série
A diversão ao assistir a série pela primeira vez teve outro motivo especial: a família da autora aparece na produção. Na cena em que Brad observa uma família feliz em uma lanchonete, eles são na verdade Ken, o marido de B.B Easton, e os dois filhos do casal compondo a figuração.
Amor fora da tela
Sex/Life realmente elevou o nível de "baseado em fatos reais", e não foi apenas pela inspiração no diário de B.B. Easton ou por trazer a família da autora para as telas. Sarah Shahi e Adam Demos, que interpretam Billie e Brad, são namorados na vida real.
Os dois se conheceram durante as gravações da série e acabaram se apaixonando. "Não sei exatamente como duas pessoas de lados opostos do mundo poderiam ter mais coisas em comum", escreveu Adam em um post em sua conta no Instagram, declarando-se para a namorada e companheira de set. Será por isso que as cenas entre eles parecem tão... reais?
Nude real oficial
A cota de realidade não para por aí: o tão comentado nu frontal de Brad foi realmente feito por Adam Demos. O ator dispensou o uso de dublê para a cena em que aparece sem roupas, deixando os espectadores em polvorosa. Nas redes sociais, houve até mesmo quem levantasse a hipótese do uso de uma prótese, mas a única confirmação dada pela equipe foi a da ausência de dublês.
Apesar de ter chamado atenção pelo "realismo", Demos se disse tranquilo com a cena.
— Eu estava tranquilo com isso porque eu li o roteiro e sabia no que estava me metendo desde o início — declarou em entrevista ao Entertainment Weekly. — Todas essas cenas existem por um motivo, porque elas dirigem a história e os personagens, você realmente vê onde cada personagem está emocionalmente.