Dia 14 de junho de 1971. Surgia o Sala de Redação, que se tornaria o principal espaço de debate esportivo no rádio no Rio Grande do Sul. Em celebração aos 50 anos do programa, a RBS TV produziu um documentário em duas partes para destacar os motivos pelos quais o Sala – como é carinhosamente conhecido – se tornou a atração mais longeva da história da Rádio Gaúcha. Ambos os episódios vão ao ar às 14h45min – o primeiro, neste sábado (11); o segundo, no dia 19.
— A ideia do documentário é valorizar para todo o Estado a história do Sala de Redação, que permite aos gaúchos levarem as discussões da sala de casa para o ambiente radiofônico. O Rio Grande do Sul se identifica com o programa, é uma relação muito profunda entre os dois — afirma o gerente-executivo de Esportes da RBS, Tiago Cirqueira.
Na primeira parte da produção, serão ouvidos atuais e antigos comunicadores do Sala. Pedro Ernesto Denardin, um dos nomes à frente do programa, destaca que sempre houve grandes protagonistas nos microfones. Mesmo com as mudanças, a atração – que já teve em seu time nomes como Cláudio Britto e Paulo Sant’Anna – seguiu trazendo à tona as discussões que ocorriam no ambiente de trabalho da RBS.
— O Sala de Redação é uma entidade, a vida parece que para na hora do programa. Claro, é um exagero, mas eu imagino que muita gente deixa de trabalhar naquela hora. O cara que está almoçando coloca o rádio na mesa, quem vai tirar uma sesta leva o rádio junto. Ele é uma marca do Rio Grande do Sul às 13h, de segunda a sexta-feira — diz Pedro.
O dualismo e o debate, avalia Cirqueira, são chaves para o sucesso do Sala. Cada radialista entra ao vivo em sua essência, sem seguir um script. É também um momento de diversão para os que trabalham no programa.
História
Entretanto, a equipe é apenas parcialmente responsável pela amplitude do Sala. Os ouvintes também constroem a atração dinamicamente, tanto ao mandar mensagens que são lidas no ar, quanto nos bastidores. A importância do programa é percebida no momento em que é capaz de se propagar durante gerações, com histórias de filhos que seguiram a tradição dos pais de ligar o rádio na Gaúcha para ouvir as discussões do mundo do futebol. São esses relatos que irão permear o segundo episódio do documentário.
— Muitos ouvintes saberiam contar a nossa história melhor do que nós. Um dos personagens é uma pessoa com deficiência visual e diz que o jogo só termina depois que o Sala acaba no dia seguinte — adianta Cirqueira.
O documentário também traz uma perspectiva de futuro. Enquanto outros programas de rádio terminam após a saída de um ou outro participante, o Sala de Redação permaneceu vivo ao longo do tempo. Ao olhar para a frente, a Rádio Gaúcha enxerga outro meio século de história de jornalismo esportivo a se fazer.