A forma como cada um leva sua vida e o que esperar do futuro são reflexões presentes em Quanto Mais Vida Melhor, próxima novela das sete da Globo. Os detalhes do enredo e a rotina das gravações foram assuntos do Timeline Gaúcha desta terça-feira (26), que recebeu a atriz Julia Lemmertz para um bate-papo. Na trama, a gaúcha natural de Porto Alegre vive a rival da protagonista, que é interpretada por Giovanna Antonelli.
Ainda sem data de estreia confirmada, Julia adiantou que a sucessora de Salve-se Quem Puder é pensada em um contexto de vida pós-pandemia, em que os personagens até falam do que aconteceu em relação ao coronavírus, mas que toda a rotina já está normalizada. Para promover a reflexão sobre o sentido da vida e das ações do ser humano, o texto escrito por Mauro Wilson começa com um grande acidente: um avião cai, mas os passageiros a bordo ganham uma nova chance.
— A morte aparece e vai dizer que cada um deles voltará à vida, com um detalhe: um deles, não se sabe quem, irá morrer dali um ano. Então, a morte pede que cada um viva como se não houvesse amanhã, e a novela se propõe a mostrar como cada um vai se relacionar com esse pedido e as relações com os mais próximos — detalhou Julia.
Sem revelar o nome, Julia falou que sua personagem é "uma mulher bem maluca, um pouco vilã da história". Ela será uma empresária do ramo de cosméticos, assim como a a protagonista vivida por Giovanna Antonelli - uma das marcas é mais refinada, enquanto a outra é mais popular.
— Elas são complementares, um verdadeiro caso de amor e ódio, mas o legal da trama é falar sobre o que importa na vida mesmo e que devíamos viver como se não fossemos morrer. (...) É olhar para a vida como uma grande aventura, extraordinária, qual é o seu barato na vida?
Para gravar as cenas de Quanto Mais Vida Melhor, a gaúcha contou que a Globo tem seguido um rigoroso protocolo sanitário. Os atores são testados diariamente contra o coronavírus e, caso façam cenas que exijam beijo ou um contato mais próximo, eles precisam fazer dois testes do tipo PC-R: um, três dias antes; e outro no dia da gravação em si. Os atores também só retiram as máscaras na hora de filmar, além de serem responsáveis por fazerem a própria maquiagem e se vestirem.
— Antes da pandemia, gravávamos uma média de 30 cenas por dia. Agora, são cinco, sete delas apenas. É uma doideira, porque parece que estamos na Nasa mesmo, é uma outra realidade com todos os cuidados para que ninguém fique doente — conta a atriz.
Pandemia
Julia também falou sobre a atual situação do Brasil. Ela acredita que já era para o país "estar em outro estágio de vacinação" e que não está certo o fato de empresas privadas estarem tentando adquirir lotes de vacinas.
— Precisam ter consciência de que a vacina tem que ser para todo mundo, respeitando-se a ordem, com os profissionais da linha de frente sendo os primeiros. Existe uma ordem e não pode fingir que esses desvios não estão acontecendo. A gente está tentando ter esperança, mas espero que tenha um plano de vacinação coerente e eficiente, mas eu duvido até ver tudo acontecendo.
Ela também diz estar angustiada com a forma como as pessoas têm levado a pandemia nos últimos meses, presenciando bares e praias cheias no Rio de Janeiro.
— Sou otimista por natureza, mas estou meio quebrada com a esperança. O problema, mais do que o vírus, é o ser humano, são as pessoas que nos tornamos, de não pensarmos no outro — reforça Julia. — Essa pandemia não é sobre você, é sobre o outro. Ninguém entendeu isso, é espantoso.