Para os amigos e família, ele é apenas Dani. Natural de Selbach, no noroeste do Rio Grande do Sul, Daniel Lenhardt, 22 anos, que entrou na última terça no BBB 20, pode ser visto como um gaúcho típico. Torce pelo Grêmio — mesmo não sendo fanático —, tem na sua playlist os hits de Armandinho e, apesar de viver no Rio de Janeiro, mantém vivas as tradições do Estado participando do grupo de dança folclórica Rancho Gaúcho da Casa do Minho.
Até a última semana, sua vida se dividia entre trabalhos como ator e tarefas em um hostel, em que trocava a mão de obra por estadia. No grupo da família, no entanto, ele pedia por fotos suas ao lado dos familiares para um trabalho "muito legal" que estava por vir. Até que, para a surpresa geral, foi anunciado nos comerciais da novela Amor de Mãe, na sexta-feira (31), como um dos participantes da Casa de Vidro do BBB 20.
— Quando ele apareceu no intervalo da novela como integrante da Casa de Vidro, foi uma surpresa pra todo mundo, amigos e família. Todo mundo ficou enlouquecido! — conta a prima de Daniel, Paula Neumann.
— Ele já tinha tentado se inscrever várias vezes e sempre dizia que um dia iria chegar, que ele iria para lá. É algo que ele sempre quis muito, mas mesmo assim foi uma surpresa — comenta o irmão dele, Tomás.
A partir do anúncio, o foco da família foi levar Daniel para dentro do BBB. Ele precisava superar em número de votos Caon, que também estava na Casa de Vidro disputando a vaga. Foram quatro dias intensos, até o resultado oficial dos escolhidos pelo público, na terça-feira (4).
Em Selbach, o anúncio foi esperado como uma final de campeonato. Reunidos com faixas, cartazes e balões, os amigos e familiares de Daniel se reuniram para torcer pelo gaúcho à frente de um telão. No mesmo clima, o resultado da votação foi comemorado como um título nacional.
Desde o início, o modo energético de Daniel no BBB vem chamando a atenção do público. Tomás revela que ele sempre foi assim. Aos 16 anos, partiu da cidade de quase cinco mil habitantes para o Rio de Janeiro com o irmão gêmeo, Tadeu, e deu um jeito de se virar na cidade grande:
— Como eles eram muito novos, a mãe ficava muito preocupada, as avós também. Mas ele sempre foi um desgarrado. Dizia sempre: "Não se preocupa tanto, fome não vou passar, né?".
Os dois irmãos gêmeos idênticos sempre foram muito próximos. Paula conta que na época da escola, chegavam a trocar de identidade na hora de provas. E não era só isso:
—Também se trocavam de nome nas baladas, para ficarem com a mesma guria!
Mas um dos grandes amores da vida de Daniel, de fato, é seu antigo cão Johnny. O gaúcho chegou a escrever sobre ele no confinamento na Casa de Vidro.
— Ele ama muito os animais. Ele sente a energia dos animais, sente a pureza deles — conta o irmão, Tomas. — Ele tinha um cachorro chamado Johnny, que ele adotou em São Paulo e levou para morar no Rio de Janeiro depois. Era um cachorro lindo. Só que, com uns dois anos, o cachorro morreu atropelado na rua. Eu não vi o Dani, mas dizem que nunca viram ele dar um grito tão alto. Ele ficou triste demais.
A mobilização na família segue ainda maior agora que Daniel entrou na casa. É o que comenta Paula:
— Logo depois que o Dani entrou na casa, todo mundo teve que assinar o 24 horas, amigos e família! Agora viramos noite assistindo e fazendo comentários nos grupos!
Seu irmão Tadeu completa que estão todos muito contentes com a participação do gaúcho até aqui:
— A gente conhece ele e sabia que ele iria lutar contra qualquer atitude machista, homofóbica ou de racismo. Qualquer coisa errada. Ele defenderia os outros com certeza. E é o que está acontecendo. E vai continuar assim até o final.