Desde que a Globo anunciou que faria o remake de Éramos Seis, tenho lembrado muito da minha avó. Tudo porque dona Maria era fã da versão anterior dessa história, não perdia um capítulo. Adivinhem de quem herdei a "alma noveleira"?
Nos idos de 1994, quando a TV ainda era o objeto mais importante da casa, lembro de sentar ao lado dela e acompanhar a história da família Lemos. A primeira fase, repleta de crianças, foi a minha favorita. Caio Blat e Wagner Santisteban, bem gurizinhos, estavam entre os filhos de Lola (Irene Ravache) e Júlio (Othon Bastos).
O problema lá em casa foi a estreia de uma outra novela, já no finzinho daquele ano. Quatro por Quatro tinha uma trama ágil e bem mais atrativa a uma criança de nove anos. Com apenas uma TV em casa e sem a comodidade de assistir aos capítulos pela internet, a "hora da novela" virava uma disputa de gerações. Vovó continuava preferindo Éramos Seis, já na reta final e cheia de emoções. E eu, irrequieta, achava o máximo a saga de vingança de quatro mulheres contra seus respectivos namorados/maridos. Vez ou outra, era eu quem levava a melhor. Mas quase sempre, era da minha avó a palavra final (e o botão da TV, que nem tinha controle remoto).
Voltando ao presente, minha avó não está mais aqui para conferir a nova versão de Éramos Seis. Mas eu assistirei, é claro, com uma ponta de saudosismo e expectativa. O grande mérito da história — que não à toa, já foi adaptada outras quatro vezes — é a identificação do público com as personagens. Todo mundo encontra um pouquinho de sua mãe ou avó em dona Lola, lembra do jeito sisudo de algum tio ou avô ao ver Júlio, ou aprontou as peripécias parecidas com as dos filhos do casal Lemos. Éramos Seis, cinco, quatro, quantos forem, não importa. Trata da história de uma família que poderia ser a minha ou a sua. É amor, união e superação na medida certa. Vale a pena acompanhar!https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/tv/noticia/2019/09/quem-e-quem-na-novela-eramos-seis-que-estreia-amanha-na-rbs-tv-ck15k7a0t01be01r2nnmkeng6.html