A edição de número 200 do programa Conversa com Bial, da Globo, teve um convidado especial. Autor de Anjos e Demônios e O Código Da Vinci, o escritor americano Dan Brown concedeu uma entrevista a Pedro Bial veiculada na madrugada de terça-feira (22).
O escritor falou sobre religião, fé e deus, e também sobre seu livro mais recente, Origem, lançado em 2017. Questionado sobre ateísmo, disse que rejeitava o título e preferia se colocar como um agnóstico, pessoa que considera impossível que certas verdades sobre o universo sejam atingidas por meio da razão humana. Também falou sobre a figura de Jesus, que, em sua opinião, serve como inspiração, e não promessa.
— Não acho que eu saiba o suficiente para ser ateu. Me considero agnóstico. Fico feliz em admitir que sou uma obra incompleta. Não tenho todas as respostas. A única coisa que sei com certeza é que o deus da minha infância, um Deus que foi ressuscitado, o Jesus do Novo Testamento, não é mais uma ideia literal para mim. Acho que há lindas metáforas e histórias edificantes na Bíblia, mas não vejo a Bíblia como um fato histórico. Isso não significa que não possamos viver a vida tendo Jesus Cristo como um exemplo de compaixão. Mas não acredito mais em pessoas ressuscitando, virgens dando à luz, coisas assim.
Sobre Origem, que trata da relação entre religião e inteligência artificial, Brown considerou que a humanidade tem dificuldade em usar a tecnologia sem usá-la como ameaça.
— Temos o potencial de nos destruirmos há muito tempo, mas temos alguma característica que nos protege. Por outro lado, os humanos nunca criaram uma tecnologia sem usá-la como arma. Primeiramente, o homem usou o fogo para preparar comida, mas, depois, usou para queimar a aldeia vizinha — considerou.
Também fez um elogio ao escritor Paulo Coelho, um dos autores de best-sellers de maior sucesso no mundo. Para o americano, o "mago" brasileiro é "atemporal".