ATENÇÃO! O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS: O último episódio da sétima temporada de Game of Thrones foi definitivo para dois casais que têm a seus pés o destino de todo o continente de Westeros. Enquanto Jon Snow e Daenerys Targaryen ficaram mais unidos do que nunca, Cersei e Jamie Lannister romperam o laço que, ao longo de toda esta penúltima temporada, parecia ter se fortalecido. A partir do capítulo The Dragon and the Wolf (O Dragão e o Lobo), que foi ao ar na noite de domingo (27/8), uma nova dinâmica surge na série: Cersei e Euron Greyjoy, os óbvios vilões, contra Jon e Daenerys, os mocinhos que acreditam que podem melhorar o mundo.
Essa tendência maniqueísta já havia aparecido fortemente no episódio anterior – e suscitado toneladas de críticas. Afinal, ao longo de sete anos, Game of Thrones se destacou justamente pela imprevisibilidade da trama e a ambiguidade dos personagens.
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A maior parte do longo episódio, de 80 minutos, transcorre no Fosso dos Dragões, onde todos os protagonistas negociam uma aliança no clima menos pacífico possível. O primeiro encontro entre Cersei e Daenerys não poderia ter sido sem tensão e ela vai sendo construída muito bem desde o momento em que os exércitos de ambas se posicionam. Cersei ordena ao Montanha que mate primeiro a "vaca platinada", caso algo dê errado, e Daenerys faz uma entrada de impacto, elegantemente atrasada, a bordo de um dragão. O clímax da reunião é atingido quando o Cão liberta o Caminhante Branco de uma jaula. Como se tivesse sido treinado, o zumbi dispara em direção a Cersei e é detido um segundo antes de machucá-la. Então Jon executa um passo-a-passo de como matar Caminhantes Brancos.
– Nós podemos destruí-los queimando-os e com vidro de dragão – ensina ele, na prática. – Apenas uma guerra importa, a grande guerra – conclui, com cara de quem está pensando "viram como eu estava certo todo esse tempo?"
Ao ver o zumbi em ação, Euron Greyjoy, à la Theon, banca o covarde avisando a todos que fugiria. Mais tarde ficamos sabendo que se tratava de uma jogada ensaiada com Cersei. Na verdade, ele rumaria para Essos, onde contrataria a Companhia Dourada, um exército de mercenários. Um dos sinais de que a série não é mais a mesma – ou seja, de que os roteiristas perderam a ousadia de descartar personagens importantes – é o fato de que Cersei amoleceu. Ela ganha uma clara oportunidade de matar Tyrion e não aproveita, mesmo culpando-o pela morte de seus filhos Tommen e Myrcella. Depois, acusa Jaime de traição e ameaça matá-lo, mas recua. Em um aspecto, Cersei continua igual: anuncia seu apoio a Daenerys e Jon na luta contra os zumbis, enquanto planeja traí-los. É essa revelação que leva ao rompimento com seu fiel escudeiro/amante/pau-pra-toda-obra Jamie.
– A Guerra não é entre casas nobres, é entre vivos e mortos – diz ele, apelando ao inexistente bom senso da irmã.
Determinado a cumprir a promessa, Jaime cavalga para o Norte enquanto a primeira neve cai sobre Porto Real.
Inspirado pela sinceridade de Jon, que declarou publicamente que servia à Daenerys, Theon decide reunir homens para salvar sua irmã Yara. Para realizar a façanha, ele entra em uma briga com um dos homens de sua frota e, ironicamente, consegue ganhar justamente porque resiste aos golpes na virilha, já que foi castrado por Ramsay Bolton.
Enquanto isso, em Winterfell, Mindinho parece ter sucesso ao manipular Sansa contra Arya. Mas, quando tudo apontava que a ruiva condenaria a própria irmã à morte, ela volta-se contra Mindinho e o acusa de ser responsável pela morte de Lysa Arryn, Jon Arryn e Ned Stark.
– Obrigada por todas as suas lições – diz Sansa, antes que Arya corte a garganta de Mindinho.
As irmãs, que tinham rixas desde a infância, se dão conta de que precisam se unir:
– O lobo solitário morre, mas a matilha sobrevive – conclui Sansa.
Winterfell também é cenário de um encontro entre os cérebros da série, Samwell Tarly e Bran Stark. O Corvo de Três Olhos afirma que Jon precisa saber quem são seus verdadeiros pais: Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark. Quando Sam acrescenta que eles se casaram em segredo, fica claro que Jon é Aegon Targaryen. Sendo assim, é o herdeiro do trono de ferro, à frente de Daenerys (e não esqueçamos de Gendry). A informação vai chegar tarde aos ouvidos de Aegon, que a esta altura está entre os lençóis com a própria tia, Daenerys.
Aliás, o herói vai para cama com Dani logo após colocar em dúvida a previsão de que ela não poderia ter filhos. Pode ser que venha aí um pequeno Targaryen? Cersei, pelo menos, já está garantindo a próxima geração dos Lannisters – e Tyrion entendeu que a irmã está grávida só de vê-la com a mão na barriga. A empolgante possibilidade de que Tormund e Brienne tenham bebês gigantes, por enquanto, fica suspensa, já que Tormund pode ou não ter sobrevivido à queda da Grande Muralha. É com essa cena de impacto que o episódio termina e mantém o suspense até a estreia da última temporada, que pode vir em 2018 ou apenas 2019, segundo os produtores sinalizaram. Após anos tentando, os Caminhantes Brancos conseguem cruzar o paredão, que é rapidamente destruído pelo dragão zumbi. Será que eles chegarão a Winterfell antes de Jon/Aegon e Daenerys? Pelo menos Bran está assistindo a tudo ao vivo e a cores, então pode alertar as irmãs. Por outro lado, talvez o Rei da Noite também tenha a habilidade de ver o futuro. Usar o dragão para derrubar a muralha foi tão fácil que é possível que este tenha sido sempre o plano dos Caminhantes Brancos.
A HBO liberou alguns vídeos com comentários sobre os bastidores do último capítulo. Assista (em inglês, sem legendas):