A modelo transexual Lea T e o pai, o ex-jogador Toninho Cerezo, participaram do Conversa com Bial da última terça-feira (4). No bate-papo – que bombou nas redes sociais –, pai e filha falaram do processo de transformação e aceitação da sexualidade. Também participaram da atração o cantor Johnny Hooker e a mãe dele, Liz Donovan.
Essa foi a primeira vez que Toninho e Lea deram uma entrevista juntos na TV. A modelo contou sobre o momento em que abriu o jogo sobre a transexualidade para a família:
– Eu convoquei todo mundo para contar. Eu tinha que achar um emprego e, na época, não tinha emprego para transexual. O que eu escutava das outras meninas é que eu não teria chance, que eu teria que ser prostituta, então fiquei apavorada.
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Cerezo explicou detalhes da confusão que tomou conta de sua cabeça envolvendo a homossexualidade. O ex-jogador suspeitava que a filha era gay:
– Eu pensava que Lea ia ser gay e pronto. E não entendia o porquê de ela ser mulher. Será que eu tinha feito algo errado? Num primeiro momento, você imagina que sua filha vai sofrer, é a única coisa que passa na cabeça.
Depois, ressaltou que nunca deixaria Lea desamparada:
– Você pensou com a cabeça só sua, porque a sua família não ia te abandonar nunca.
Um momento marcante para Cerezo foi uma matéria brasileira em que a imagem de Lea refletia em um espelho. Ali, o ex-jogador entendeu o que a filha sentia:
– Eu vi uma reportagem dela em que ela dizia que se olhava no espelho e não se sentia bem, e eu me olho e me sinto superbem. Eu imagino ela se olhando e dando essa declaração. Então, mexeu muito comigo.
Lea também relatou sua experiência no mundo da moda. A modelo de 36 anos nunca teve a intenção de ser uma estrela das passarelas, já que deu os primeiros passos na profissão como uma forma de ganhar dinheiro.
– Houve muita resistência no mundo na moda. Quando me vi fazendo comercial para uma marca francesa, na hora eu pensei em todas as meninas que não tiveram essa oportunidade. Então, eu me prometi de levantar essa bandeira e defender essa causa. Na hora que a campanha saiu, a marca não queria dizer que eu era transexual, mas eu falei: 'Eu quero, eu tenho que fazer isso, é o mínimo que tenho que fazer e é isso que faço até hoje' – destacou a modelo.