Por onde passa, Claudia Leitte faz questão de deixar a sua marca. Responsável por uma das cadeiras do The voice Brasil, exibido na RBS TV, a cantora está segura de que a sua função é transmitir aos novos talentos o que aprendeu em 15 anos de estrada. Na entrevista a seguir, Claudia fala sobre o clima de competição com os outros técnicos, além de avaliar seu desempenho na atração. E quem acompanha o reality show deve ficar atento: na semana que vem haverá novidades. O programa dará início às batalhas excepcionalmente na quarta-feira, já que haverá jogo da Seleção na quinta. O episódio também terá a estreia de Ivete Sangalo como supertécnica.
Leia mais:
"The voice Brasil": última noite de audições tem definição de times e apresentação de Ivete Sangalo
Gaúcha Laura Dalmas consegue vaga na última noite de audições do "The voice Brasil": "Expectativa enorme"
Cristyéllem Camargo, de Bagé, fala sobre apoio de seus conterrâneos: "Mais do que eu esperava"
Esta é quinta vez que você senta na cadeira de técnica do The voice Brasil. Como se sente por permanecer no programa?
Sinto gratidão. É um sentimento que tem de ser puro, você não tem como fabricar a gratidão. Você precisa perceber a importância das pessoas e daquilo que a vida lhe apresenta para ser grato de verdade. Se você nunca perceber, vai dizer obrigado e será vazio. Quando eu sentei na cadeira de técnica do The voice foi mais do que realizar um sonho. É mágico. As pessoas veem no ar a beleza da música, do cenário, mas, por trás de tudo, é incrível. O que tenho com os candidatos dos meus times de todas as temporadas é muito especial. Eu sou apaixonada por esse programa.
Como está o clima de competição entre os técnicos?
Na medida em que o tempo foi passando, a gente foi aprimorando as opiniões, evoluindo muito como técnico também, como artista, e a história da competição ficou ainda mais para trás depois de todo esse amadurecimento. Existe uma final, um prêmio, mas não é parte da nossa rotina. Acredito que isso seja comum para todos nós. A gente está muito feliz de não estar competindo entre a gente. O clima é de troca, de emoção. A gente quer isso, que as pessoas em casa recebam o melhor que a gente pode oferecer. A música é estar a serviço do outro.
Qual aprendizado os participantes podem ter no programa?
Este programa é gigantesco. É incrível o alcance. É fenomenal. Para mim, o melhor da televisão brasileira. O cara sobe nesse palco amparado por uma banda incrível. Tem gente de 16 anos que está subindo com essa galera. O candidato está se relacionando com gente muito grande. Tem que vir com a música no coração e chegar aqui para aproveitar todas as oportunidades porque a vida é isso. A gente viu vários programas de TV que tinham talentos e não conseguiram dar continuidade porque há também a enganação. Você vê isso aqui muito grande e acha que também é. E não pode se deixar encantar muito.
Ainda mantém contato com os artistas do seu time?
Todos os candidatos do meu time subiram no meu trio. Eu falo com Sam (Alves) até hoje como amigo, com a Jullie também. Tem uma galera massa que ficou na minha vida. É claro que eu sei que é igual na escola. Você tem seus amigos de infância, aí tem uns que ficam para sempre com você e outros que seguem a vida e que, depois, você só tem notícia e torce. São circunstâncias diferentes.
Você viraria a cadeira para si mesma?
Eu viraria a cadeira pra mim. Ficaria rodando sem parar, porque gosto da coragem. Eu me identifico, quando olho para mim, porque tenho a oportunidade de me ver na terceira pessoa, de me ver no vídeo, me ouvir cantar, me ver na entrevista, então consigo revisitar minhas memórias facilmente. Sinto uma alegria tão grande vinda de mim e quero que isso seja preservado. Eu viraria a cadeira para mim e diria: "Continua fazendo desse jeito que vai dar tudo certo, mas, olhe, não vá assim tão aberta pra não se machucar".
O que o candidato precisa ter para ser o vencedor do reality?
Precisa ter técnica para cantar, que é uma coisa que todo mundo pode aprender. Até o mais desafinado consegue colocar a voz no tom da música se tiver um trabalho feito ali, mas paixão, amor, coração saindo pela boca, não é todo mundo que tem. O cara pode ser o cantor com a maior extensão vocal do mundo, mas, se chegar aqui e não deixar o coração falar cada linha da música, não tem valor.
* Raquel Rodrigues