Vou confessar a vocês: fiquei chocado quando a Ana Paula Padrão anunciou que um dos casais convidados da prova do jantar romântico do MasterChef Brasil era formado por Ellen Jabour e Jonathan Corrêa. E não foi por descobrir que eles seriam os vegetarianos da parada – foi por descobrir que a modelo e apresentadora está namorando o vocalista da banda gaúcha Reação em Cadeia. Fui ao Google e percebi o quanto estou desatualizado sobre o mundo das fofocas: eles já estão juntos há mais de três anos! Sobre a Ellen, melhor não falar muito para não me incomodar lá em casa. Sobre o Jonathan, me desgrace, me odeie, mas acho que ele era mais gatinho de cabelo curto, sem esse visual "quero ser Jared Leto".
Mas vamos ao que interessa: que belo episódio o desta terça-feira. Teve tudo de que a gente gosta: surpresa, tensão, mancadas, humor (Bruna estava especialmente espirituosa) e emoção. Já começou balançando a estrutura dos concorrentes, na última prova de equipe, a do tal jantar romântico. Fábio montou um time masculino, com Lee e Leo, para que Raquel ficasse com Bruna e Luriana. Na visão estratégica do gaúcho, as três acabariam brigando. Só que havia uma pegadinha: os dois líderes, Fábio e Raquel, foram obrigados a trocar de lugar – e aí a mineira levou a pior, pois decididamente o santo dela não bate com os dos guris.
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Seu time, o azul, preparou lagosta com um molho de manteiga de nome chique (dava um frisson ouvir a Raquel dizendo beurre monté), risoto de açafrão e, de sobremesa, uma tortinha de chocolate. Achei um cardápio óbvio em comparação com o da equipe vermelha, que foi de filé mignon de cordeiro acompanhado por purê de cenoura e abóbora com gengibre, servindo como doce panna cotta de baunilha e frutas vermelhas. Houve um momento bastante tenso quando o chef Fogaça – que, parece, pega no pé do Fábio – se irritou com uma resposta irônica do gaúcho.
– Fábio, faltam 20 minutos e você está pondo no vácuo o cordeiro?
– Você já pensou, chef? – respondeu o concorrente.
– Hã? – questionou Fogaça, visivelmente incomodado.
– Já pensou? – continuou Fábio.
– Já pensou no quê? – insistiu Fogaça.
– Que difícil... – redarguiu Fábio.
– Você está todo irônico hoje, hein? – alfinetou o chef. – Estou falando com você, está me tirando por quê?
– Chef, estou sem tempo, só um segundo!.
– Então fala direito! – gritou Fogaça. – Estou aqui para questionar, não para ficar ouvindo piadinha sua! Você acha que eu sou palhaço?
Nervoso, Fábio deixou um equipamento cair:
– Está vendo, chef?
– Problema seu! Se vira! Quer ser folgado? Vai aguentar!
– Folgado, é? – retrucou Fábio.
– É! É!
Panelas estavam prestes a voar, até que Bruna pediu para o líder de seu time ficar quieto, Fábio pediu desculpa e Fogaça encerrou o assunto:
– Preste atenção, faça seu trabalho, está aqui para aprender.
Enquanto isso, o time azul estava empolgadíssimo, achando-se os reis da cocada. Mas a recompensa de Fábio veio de lavada: todos os 14 votos em disputa (dois por casal) foram para os pratos da equipe vermelha. E aí foi a vez de Raquel, Lee e Leo tomarem uma carraspana da chef Paola, talvez mais dura do que a de Fogaça:
– Vocês ficaram muito presos no conceito e esqueceram do sabor. Agora, tratem de cozinhar.
A prova de eliminação era assustadora: fazer, em uma hora, sorvete. E isso vindo do baque por essa fragorosa derrota. Leo, que não é de preparar sobremesas, ficou atônito. Lee, que realmente tem um quê de inventor, sentiu-se à vontade. E Raquel, como de hábito, procurou exibir autoconfiança.
A edição do programa explorou a insegurança de Leo: ele praticamente monopolizou os depoimentos que intercalavam o preparo de seu sorvete de baunilha com crumble de maçã verde, enquanto Lee fazia um de morango, e Raquel, um de manga, ambos apostando em técnicas mais sofisticadas e/ou sabores mais rebuscados. Lembrei do comentário que um de vocês, meus queridos leitores, postou no Facebook, dizendo, mais ou menos, que o eliminado é sempre quem mais aparece nos depoimentos. Será que essa seria a última noite do simpático galã da terceira temporada?
A reversão de expectativa contribuiu para abrir as torneiras, tanto no MasterChef quanto na minha casa. Quando os jurados elogiaram o sorvete do Leo, ele chorou, a Ana Paula Padrão chorou, minha mulher chorou, eu chorei. E pressenti que a bomba cairia no colo do Lee quando a Paola louvou o Leo, destacando que um chef tem que saber fazer um clássico antes de reinventar – a argentina disse isso enquanto a imagem na tela era a do médico nascido em Taiwan, que lançou mão de um arsenal de ingredientes e técnicas para preparar o seu sorvete. Pronto: era questão de mais uns dois intervalos madrugada adentro para que o tiozinho que nos comoveu no início do MasterChef mas depois virou alvo de uma série de críticas (por ter largado pelo caminho o discurso da sustentabilidade, por se mostrar, às vezes, falso e maldosinho) desse adeus ao avental, comprovando que a diferença entre Leo e Lee é bem maior do que uma vogal.
A vingança é um prato que se come frio e tem gosto de baunilha!
P.S. 1: vocês já notaram que um dos patrocinadores do MasterChef entrou no programa depois da gravação dos episódios? Prestem atenção: há uma leve mudança no áudio, e a Ana Paula não aparece anunciando esse prêmio.
P.S. 2: falando em áudio, de quem era aquela voz do além que, na prova do sorvete, flagrou o Lee mexendo no sorvete com a porta do supercongelador aberta?
P.S. 3: outra coisinha esquisita de ontem: perceberam que, em um dos seus depoimentos, a Raquel estava vestindo uma roupa diferente da que estava usando?
P.S. 4 (por que não?): para quem você torce no top 5 do MasterChef? Vote na enquete!