Foi comovente o choro dos amigos remanescentes após a eliminação de Thaiana, foi bonito ver a cerebral Bruna quase ceder à emoção ao ser a única merecedora de elogios na prova do café, foi hilariante ouvir o Jacquin comentar a codorna arreganhada de Luriana: "Nossa, parece que estou num laboratório, cortando um rato". Mas o grande fato do episódio desta terça-feira de MasterChef Brasil aconteceu ainda no primeiro bloco e não envolveu diretamente nem concorrentes nem jurados – nem mesmo a Ana Paula Padrão (aliás, cada vez melhor vestida). Em letrinhas brancas que corriam ao pé da tela, fomos informados de que, a partir da semana que vem, o programa terá dose dupla. Dois episódios, um às terças e outro às quartas. Duas noites de semana em que a gente vai dormir tarde pra caramba.
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Serei honesto com vocês: sou jornalista, em tese deveria estar bem informado sobre o programa que eu comento, mas aquilo me pegou de surpresa. É que, apesar de ser jornalista, apesar de dever estar bem informado sobre o programa que eu comento, confesso que evito buscar notícias sobre MasterChef Brasil. Tenho receio de, como ocorreu no ano passado, deparar com o desserviço: descobrir que vazaram os nomes dos dois finalistas – e isso ainda antes da repescagem que traria de volta a futura campeã Izabel. Tirou toda a emoção.
A propósito de spoilers: tem leitores que reclamam quando, nas matérias do site e nos posts do Facebook, publicamos a foto do candidato eliminado. Parece-me inevitável se o tema da coluna é a prova de eliminação – seria como eu falar do Gre-Nal sem dizer quem ganhou o jogo. Mas desta vez, como o assunto não é necessariamente a saída da Thaiana, tomamos este cuidado.
Voltando à grande notícia da noite: a maneira como veio a público evidencia que nem tudo é bem planejado no MasterChef Brasil. Caso contrário, acredito que Ana Paula Padrão teria avisado não apenas aos telespectadores, mas também aos competidores – e durante o episódio (e não naquele enxerto pós-eliminação). Faltou, também, explicar o motivo da dose dupla: é que, se a terceira temporada seguisse na velocidade normal, terminaria em 30 de agosto. Portanto, atravessaria a Olimpíada do Rio, de 5 a 21 de agosto. Mas a Band vai transmitir os Jogos, então precisa deixar sua grade de programação livre.
Agora, voltando, ou melhor, entrando no episódio em si: está certo que seria difícil segurar a peteca depois da inesquecível e inebriante prova do ovo. Mas o episódio desta terça foi bem chatinho. A primeira prova, a da lula, valeu por ver Raquel recuperar sua condição de favorita, fazendo um espaguete do molusco (deu muita vontade de provar!), por ver o imprevisível Aluísio se safar (gosto da sua mistura de ousadia – que muitas vezes cobra um preço caro – e humildade, da sua mistura de invenção com erros primários; digamos que é um dos personagens com mais camadas nesta temporada) e por ver Lee se dar mal (admito que já não estou mais gostando dele, que tanto me cativou quando surgiu; há, como o Pedro já lançou a suspeita, algo de falso na sua persona – o que, é verdade, também o torna um dos personagens mais interessantes).
Na prova de eliminação, bem que eu queria estar lá – não para experimentar aqueles pratos, no mínimo, esquisitos, mas para ter tanto café à disposição e, quem sabe, suportar o sono. Palmas para os candidatos, que fugiram do óbvio (doces com café) e resolveram preparar receitas salgadas. Por outro lado, dos oito concorrentes, sete receberam críticas. Elogios, apenas para Bruna – uma doceira que serviu um apetitoso filé com manteiga de café e conhaque. Os números não mentem – e eu bato bastante nesta tecla: o nível técnico desta temporada é inferior à de 2015. Sim, eles são cozinheiros amadores (e sim, eu não sirvo para amarrar o avental deles), mas, puxa, para quem aspira ser um masterchef, a turma, no geral, deixa a desejar. Faltando só 10 candidatos no páreo, esta é a hora em que Fogaça, Paola e Jacquin deviam estar com dificuldade de escolher quem é o melhor, e não quem é o pior.
P.S. 1: também bato bastante nesta tecla, mas fazer o quê? Paula é insuportável.
P.S. 2: terça que vem tem pizza e Helena Rizzo. O que será que a quarta-feira nos reserva?
P.S. 3: serei honesto com vocês: morri com o lance de dois episódios por semana. Porque vai ser difícil conseguir alvará das minhas filhas noctívagas para ficar sem assistir ao Gloob por duas noites seguidas.