Gal Costa morreu na manhã desta quarta-feira (9) e deixa um vácuo na música brasileira. Desses que nem um instrumento elétrico foi capaz de superá-la.
A voz única de uma das maiores intérpretes do país virou um dos ícones do tropicalismo. Pudera: a potência daquela garganta alcançava as maiores notas da escala com uma aparente facilidade assustadora.
Um dos momentos em que isso fica mais claro, e viralizou mais de uma vez nas redes sociais, ocorreu em 1981. Em show da série Grandes Nomes, da Globo, ela fez duelo com uma guitarra. Tocado por Victor Biglione, o instrumento até tentou superar a cantora, mas nem os falsetes elétricos mais esforçados conseguiram derrotá-la. A artista saiu vitoriosa com o refrão de Meu Nome É Gal.
— O que aconteceu foi algo muito marcante para mim. Eu vou na última nota da guitarra e ela acompanha — lembrou Biglione, em entrevista à BBC News Brasil nesta quarta.
A inspiração, segundo ele, veio da banda de rock britânica Led Zeppelin.
— Foi muito natural a gente reproduzir o que faziam Jimmy Page (guitarra) e Robert Plant (vocal) — disse. — Não tenho nem condições de voltar a assistir ao vídeo agora, seria uma morte para mim. Perder a Gal é como perder minha mãe, meu pai.