O ex-diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) Luiz Inácio Franco de Medeiros morreu neste domingo (7), aos 77 anos. De acordo com familiares, ele estava internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e teve uma infecção generalizada decorrente de um acidente vascular cerebral hemorrágico.
Nascido na Capital em 14 de maio de 1943, Luiz Inácio era o filho mais velho do professor Laudelino Medeiros e Hortense da Costa Franco Medeiros. Quando jovem, estudou no Colégio Anchieta e, posteriormente, formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Personalidade cultural destacada no Estado, o advogado foi chefe do cerimonial do governador Ildo Meneghetti, secretário particular do governador Peracchi Barcellos e subsecretário de Comunicações, Minas e Energia com Henrique Anawate. Em 1975, assumiu a direção do Margs, sendo responsável pela efetivação da transferência do Museu, em 1978, para o atual prédio na Praça da Alfandega.
Em uma nota de pesar publicada nas redes sociais, o Margs afirmou que Luiz Inácio “imprimiu novidades na gestão e na linha de atuação” do museu. Segundo o comunicado, a gestão do advogado, que durou até 1979, foi marcada pela expressiva expansão do acervo da instituição, com aquisições de diversas e significativas obras.
“Além de ter adaptado tecnicamente o prédio histórico para as funções de museu, qualificando a operação museológica e a estrutura expositiva, Medeiros também promoveu em sua gestão os chamados ‘projetos extra-muros': o Museu nas Escolas, o Museu nas Fábricas, o Museu no Hospital Psiquiátrico São Pedro e o Museu no Presídio Central. Todos projetos que procuravam levar a arte até́ o público, e que envolviam artistas e educadores”, diz um trecho da nota.
Durante sua trajetória, Luiz Inácio também foi diretor do Museu Julio de Castilhos e presidente do Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano e da Junta Comercial do Estado. Atuou ainda na iniciativa privada, sendo diretor da Perdigão S.A, e fez parte de diversas associações internacionais de museus, fruto de suas frequentes viagens.
A Secretaria Municipal da Cultura (SMC) de Porto Alegre também publicou uma nota de pesar em suas redes sociais, ressaltando que o advogado era “conhecido por sua lhaneza de caráter, elegância, erudição e generosidade” e que contribuiu muito para a cultura da cidade. “Perdemos todos uma liderança inspiradora, mas seu legado permanece vivo entre nós”, diz um trecho da homenagem.