O poeta, editor e tradutor naturalizado mexicano Sandro Cohen morreu vítima de covid-19, aos 67 anos. O escritor de origem norte-americana estava internado desde outubro e seus familiares haviam iniciado uma campanha pare arrecadar fundos para os cuidados intensivos no hospital. "Estamos comovidos e agradecidos pelo apoio, orações e demonstrações de carinho para Sandro Cohen", afirmou nesta quinta-feira, 5, sua mulher Josefina Estrada, no Facebook.
Foi ela quem anunciou a morte de Cohen nas redes sociais, um dia depois. O autor mexicano Jorge Volpi também lamentou a morte do colega. "Grande poeta que adotou o México e a língua espanhola com paixão e carinho, mestre e leitura infatigável. Amigo de sempre, descanse em paz", escreveu.
Ao lado de Volpi, o já falecido Ignácio Padilla, Eloy Urroz, Pedro Ángel Palou, Ricardo Chávez Castañeda e Vicente Herrasti formaram parte uma geração de escritores mexicanos nascidos no final dos anos 1960.
Cohen era autor de diversos livros mas seu título mais conhecido foi Redacción sin Dolor (Redação sem Dor) sobre técnicas para escrever melhor. Ele trabalhou na editora Colibrí e foi professor na Universidade Autônoma Metropolitana de Azcapotzalco, no México.
Nascido em Nova Jersey, nos EUA, em 1953, ainda jovem se mudou para o México para estudar. Mais tarde, em 1982, Cohen se naturalizou mexicano e desenvolveu toda sua obra em espanhol.
Seu primeiro título foi De noble origen desdichado (De Nobre Origem Infeliz), em 1979, e seguiu com Apesar Del Imperio (Apesar do Império), Autobiografia Del Infiel (Autobiografia do Infiel), e Los Cuerpos de La Furia (Os Corpos da Fúria).
Em 2019, Cohen recebeu homenagem por "40 anos sublimando poesia", no Palácio de Belas Artes. Em uma entrevista publicada pelo Instituo Nacional de Belas Artes, o autor disse que sua poesia foi feita "no e para o México." "Vim estudar na Universidade Nacional Autônoma do México e me apaixonei pelo país. Encontrei uma maneira de viver e trabalhar; Tenho tudo aqui", acrescentou. (Fonte: Associated Press).