Os bonecos pendurados por cima da Avenida Borges de Medeiros chamavam a atenção de quem passava pelo centro de Porto Alegre. Por alguns minutos, a intervenção mudou a paisagem do viaduto Otávio Rocha. O porteiro de um prédio na Duque de Caxias saiu da recepção e foi para a rua acompanhar o teatro ao ar livre.
— É diferente. Mas é legal porque tem muita gente que não pode ver. Agora, ao ar livre assim, talvez as pessoas fiquem mais curiosas com o teatro — disse Gilmar Rodrigues.
A ação organizada pela Companhia Seres Imaginários faz parte do 27⁰ Porto Alegre em Cena. O evento ao ar livre faz parte da proposta de "performances anti-aglomeração" do festival, devido ao coronavírus.
A peça Pegadas no Ar reflete sobre o futuro "em suspenso" por conta da pandemia. Conforme o diretor do espetáculo, Cacá Sena, o principal intuito da intervenção foi impactar sobre as incertezas da covid-19.
— Nao é uma peça com começo, meio e fim. Acho que está todo mundo em suspenso. Esses bonecos estão em suspenso. Presos por fio. Como nós, esperando um desfecho. Queremos fazer teatro com muita gente, mas por enquanto, só com bonecos — ponderou Sena.
O boneco se chama Guerreiro e o cavalo foi nomeado Rolcinante. Segundo o diretor, a ideia do evento é "quebrar" o cotidiano — causar estranheza — mesmo sem contar um enredo.
A apresentação foi transmitida pelas redes sociais e integra a 27ª edição do Porto Alegre em Cena, que se estende até o dia 31 de outubro. Em funação da pandemia, grade parte dos eventos do festival está sendo disponobilizado nas redes sociais, ou em formato de lives, ou com materiais no Facebook, Instagram e outras plataformas.
