Milton Mattos, arquiteto, ator e ativista social, morreu no último sábado (16) em decorrência de problemas cardíacos. Ele deixa dois filhos e a esposa, a jornalista Ivette Brandalise. O velório ocorreu em Porto Alegre, no Cemitério São Miguel e Almas.
Mattos fez parte do Conselho Estadual de Cultura (CEC) e foi um dos fundadores do Teatro de Equipe, um dos mais importantes coletivos criativos da dramaturgia gaúcha. Organizações como Instituto dos Arquitetos do Estado (IAB-RS), o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões (Sated-RS) e a Secretaria da Cultura do Estado lamentaram a morte de Mattos. Entre seus últimos trabalhos como ator estão o curta-metragem Tomou Café e Esperou (2013) e a série Horizonte B (2017), ambos sob a direção de Emiliano Cunha.
O Teatro de Equipe foi criado em 1958 por Mattos, Mario de Almeida, Paulo José e Paulo César Pereio, jovens embalados pelo espírito desbravador e libertário que marcou a cena cultural de Porto Alegre na breve existência do grupo, até 1962. Sua primeira montagem foi Esperando Godot, de Samuel Beckett. Em 1960, eles inauguraram a sede própria na Rua General Vitorino, no centro a Capital, apresentando A Farsa da Esposa Perfeita, de Edy Lima.
Pioneiro no trabalho cooperativo, com vários integrantes se revezando na direção, o Equipe contava também com Ittala Nandi, Nilda Maria, Lilian Lemmertz, Luiz Carlos Maciel e Fernando Peixoto.
A marca do grupo foi eternizada no livro Teatro de Equipe – Trem de Volta, de Mario de Almeida e Rafael Guimaraens, lançado em 2003, no 10º Porto Alegre em Cena. A obra traz a história da entidade e reitera a importância e o legado de um dos principais coletivos teatrais gaúchos.