A escritora Martha Medeiros, 58 anos, se tornou alvo de críticas após publicar uma foto ao lado de Regina Duarte, 72, em seu Instagram, na segunda-feira (20). Ela afirmou que achava "uma burrada" a atriz ter aceitado um "período de testes" à frente da Secretaria Especial da Cultura, mas que poderia ser surpreendida. "Tem currículo pra isso", comentou.
A publicação foi vista por muitos seguidores como apoio ao governo de Jair Bolsonaro, do qual a escritora afirma ser opositora. No texto, Martha ressalta alguns papéis icônicos de Regina Duarte, como de Malu Mulher — "um marco do feminismo no Brasil". A própria atriz, no entanto, já negou compactuar com as crenças da personagem.
— Nunca fui feminista, mesmo fazendo Malu. Eu achava que não era por aí, que tinham caminhos intermediários, tinha que negociar mais, não podia se afastar do homem, não podia tomar posturas machistas e aconteceu muito isso — afirmou a artista, em entrevista a Pedro Bial no ano passado.
Martha, no entanto, escreveu que desejava que "esses personagens tenham ajudado a formatar a cidadã Regina e que não lhe falte coragem e caráter, ou se transformará numa marionete deste governo tão míope sobre a importância da cultura". Por fim, a escritora deixou votos de sucesso a Regina: "Sem grande otimismo, mas também sem derrotismo antecipado: vai, Regina, que nos represente bem".
Frente à reação negativa às suas palavras, Martha fez uma nova publicação nesta terça-feira (21). "Não costumo postar sobre política e ontem lembrei por quê. Fiz um aceno à Regina Duarte, que ao menos tem familiaridade com o assunto cultura (durante sua longa carreira trabalhou com bons autores, bons colegas e sabe quanta gente essa indústria emprega). No caso de aceitar o cargo, quem sabe consiga arejar essa maltratada área do governo? Foi o que bastou para eu ser chamada de petista, fascista, comunista, isentona, maravilhosa, horrorosa", escreveu Martha.
Devido a tais críticas, ela afirmou que não voltará a comentar política. "Continuarei postando sobre livros, cinema, teatro, música, viagens, que é, afinal, a forma mais efetiva de defender a cultura e de apoiar o país como um todo. Beijo!"