Os funcionários do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) foram informados que, a partir desta segunda-feira (11), estão cumprindo aviso prévio. O plano de demissões pode atingir todos os empregados, mas há possibilidade de reversão desse quadro se a prefeitura efetuar os pagamentos atrasados.
Embora as exposições e os programas educativos sejam mantidos por recursos de captação e leis de incentivo fiscal, a folha de pagamento de funcionários é paga com verba da prefeitura, que não faz os repasses desde setembro ao Instituto Odeon, organização social que administra o museu há sete anos.
No fim da semana passada, o diretor cultural do MAR disse que estava deixando o cargo. Evandro Salles deixou o museu após críticas à prefeitura do Rio, a quem atribuiu um "profundo desmantelamento de aparatos culturais e artísticos".
Inaugurado pelo então prefeito Eduardo Paes em 2013, como parte do processo de revitalização da zona portuária da capital fluminense, o museu é alvo de disputa entre o prefeito Marcelo Crivella (PRB) e a Fundação Roberto Marinho, parceira de Paes na construção do museu.
Na última sexta (8), o Instituto Odeon enviou um ofício à Secretaria Municipal de Cultura da cidade informando que iniciaria, nesta segunda, as ações de desmobilização, "inclusive procedendo com o aviso prévio de seus funcionários, para a proteção dos direitos trabalhistas dos mesmos".
"O início do processo de desmobilização acontece após os consecutivos atrasos no pagamento de parcelas do contrato de gestão, incluindo a parcela de setembro que até o momento não foi depositada. Com isso, não há mais fôlego financeiro para manter o equipamento funcionando", informou a assessoria de imprensa da instituição.