Em novembro de 2017, ao abrir o show dos britânicos do Coldplay, na Arena do Grêmio, Tati Portella dava o primeiro passo de uma nova trajetória: sua carreira solo, após 16 anos como uma das vocalistas da Chimarruts. Pois, nesta quinta-feira (cinco), ela dá mais um passo importante nesse caminho, ao lançar Impermanência, seu primeiro disco na nova fase, repleto de participações especiais. Com 18 anos de carreira, uma das mais belas vozes da música gaúcha, Tati considera que se reinventou no lançamento, que traz participações especiais do regueiro paulista Dada Yute, de Duca Leindecker, de Serginho Moah e de Nei Lisboa. O disco traz dez faixas, como Minha Verdade, A Vida Dá (que teve produção de Alexandre Carlo, do Natiruts) e Noites de Outros Dias, que falam de ciclos, mensagens de força, coragem e verdade.
Para o show de lançamento, no Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa, dividem o palco com Tati Duca, Serginho, Nei e o vocalista de uma das principais bandas de reggae do país, Helio Bentes, da Ponto de Equilíbrio. O Ponto de Equilíbrio, aliás, recebe a participação especial de Tati algumas horas depois do show da gaúcha. No Bar Opinião, os cariocas fazem show, na madrugada desta quinta (cinco) para sexta (seis), a partir da 1h, com ingressos à venda neste link. Nas plataformas digitais, o disco será lançado nesta sexta. Já o disco físico estará a venda no local do show, na quinta, a R$ 20. Confira a entrevista com a cantora.
Como estás te sentindo nesse novo momento da tua carreira, prestes a lançar um disco tão importante para a tua carreira solo?
Estou muito feliz com a beleza e com a diversidade do meu primeiro álbum de reggae em carreira solo. Trabalhei com vários produtores musicais buscando sonoridades diferentes. O que trouxe a unidade do disco foram os temas das canções, que flertam com a impermanência das coisas, da importância de olhar pra dentro, como essência, buscar sua verdade. A faixa Impermanência, por exemplo, foi produzida e gravada por Lucas Riccordi, mandamos para Moisés Motta, produtor musical de reggae, gravar a bateria lá no Maranhão e finalizamos as mixagens aqui em Porto Alegre.
As participações especiais do disco são variadas, com nomes de vários gêneros. Como chegou a esses nomes?
A produção musical de Duca Leindecker, na música Noites de Outros Dias, por exemplo, foi gravada em um dia no estúdio dele, e gravada por ele. Fui à Brasília gravar com a produção do Alexandre Carlo, uma faixa que é minha e do Sander Fróis (integrante da Chimarruts), assim como chamei Serginho Moah para cantar comigo. Os produtores e participações foram muito bem pensados para este disco. Só gente que eu já admirava os seus trabalhos.
Tu é uma das mulheres mais representativas da música gaúcha. Achas que a mulher tem ocupado um bom espaço na música local?
Tenho feito show pelo Brasil todo, a ideia de gravar (canções de) compositores aqui do Sul seria uma forma de levar mais mulheres gaúchas para ganhar o mundo. O espaço para as mulheres têm sido conquistado aos poucos, com muito esforço. Por ser tão difícil essa abertura, priorizo empregar mulheres nos meus trabalhos. O design gráfico, por exemplo, foi feito pela Jessica Berdet, as fotos por Heloísa Medeiros e Beauty Lúcia Souza. Esses 18 anos cantando reggae no Brasil me deram bastante propriedade e vontade de trazer cada vez mais mulheres para segmento musical. Tudo é uma corrente. Sempre que uma mulher estiver no palco, ela estará levantando a bandeira por todas.
E de que maneira tu pretende "fixar" nas pessoas teu nome, tirando um pouco da coisa "Tati da Chimarruts" (se é que pretende fazer isso)?
A maneira que resolvi fixar meu nome, Tati Portella, que será sempre uma "Chimarruts", pela história que fizemos juntos, é fazer uma revolução amorosa, unindo todos os amigos que fiz com trabalhos voluntários, que dão razão ao meu canto, que merecem fazer parte, por direito. Não é caridade. No show de lançamento, levanto a bandeira da inclusão, de mostrarmos que é normal ser diferente. Um show com interpretações em libras, participação dos meus amigos da Apae (que conheço há mais de 12 anos), com uma cantora maravilhosa chamada Vanessa Santos, que conheci em um evento na AACD, Hélio Bentes, do Ponto de Equilíbrio), Chelão (Prestenson), Serginho e Duca.
Serviço
— O quê: Tati Portella lança o primeiro disco de sua carreira solo
— Quando: nesta quinta-feira (cinco), a partir das 20h
— Onde: Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa, Independência, 75
— Quanto: ingressos antecipados R$ 20, à venda no site, na Studio Dreads Roots Anitas, na Avenida Independência, 330/loja 16 e na Sirius Artigos Esotéricos, na Rua da República, 304. Na hora, ingressos a R$ 30.