A união de culturas da Europa, África e das Américas reuniu cerca de 2 mil pessoas na escadaria da Igreja das Dores na noite deste domingo, para assistir ao concerto A Criação Humana a Partir do Triângulo do Atlântico. Regido pelo maestro Antônio Borges-Cunha e executado pela Orquestra de Câmara Theatro São Pedro e pela Banda Municipal de Porto Alegre, com convidados, o espetáculo foi promovido como parte das comemorações do aniversário de 245 anos de Porto Alegre e como um anúncio da próxima Bienal do Mercosul.
Marcada para 2018, a 11ª Bienal do Mercosul terá como tema o Triângulo do Atlântico, uma referência às trocas culturais entre os três continentes banhados pelas mesmas águas. Por isso, no programa do concerto, foram incluídas músicas europeias, africanas e americanas.
Leia mais:
Morre o professor, maestro e compositor Olivier Toni
Carlo Rovelli: "A escola deveria aceitar a diversidade dos jovens"
Museu da Comunicação só pode ser visitado com agendamento
Com a ideia de que o Triângulo do Atlântico somos cada um de nós, um mesmo povo, o evento foi aberto com a exibição, em telões, da obra Biblioteca do Infinito, da argentina Patricia Linenberg. Inspirada no conto A Biblioteca de Babel, do conterrâneo Jorge Luis Borges, a artista produziu uma obra multimídia que combina telas e sons para criar a atmosfera de uma biblioteca infinita, assim como na literatura.
– Queremos, com a 11ª Bienal do Mercosul, promover o diálogo entre a arte, a cultura e a sociedade – afirmou antes do concerto o presidente da próxima Bienal, Gilberto Schwartsmann.
Entre os convidados do espetáculo estavam o coro jovem da escola da Ospa e os solistas Nei Lisboa, Olinda Allessandrini e Carllitos Magallanes. O continente africano, que terá destaque na exposição, foi representado no concerto pela participação de Ìliú Akin e Grupo Ìbejì, que apresentaram um pouco da percussão e da dança nigeriana. O grupo fez uma apresentação solo, encerrada com uma música em conjunto com a orquestra, onde violinos encontraram o som do djambê, um tambor africano.
A música brasileira predominou no concerto, com execuções de obras de Chico Buarque, Ary Barroso, Hermeto Pascoal e Heitor Villa-Lobos. Músicas do argentino Astor Piazzola e do inglês Roger Waters completaram o repertório.