As comemorações dos 245 anos de Porto Alegre culminarão em um espetáculo multimídia neste domingo, às 20h. O concerto A Criação Humana a Partir do Triângulo do Atlântico será o cartão de visitas da 11ª Bienal do Mercosul, que será realizada em 2018, mas já começa a pôr em prática as intenções de aumentar o diálogo com a cidade, promover inclusão social e ir além das artes visuais para incorporar outras áreas do conhecimento.
O espetáculo gratuito tem a escadaria da Igreja das Dores como palco. Além de ser a igreja mais antiga da cidade, o local foi escolhido porque receberá uma instalação sonora durante a Bienal.
– Vamos trazer uma obra com sons de dialetos africanos e de indígenas americanos. Será desligada apenas na hora da missa – adianta o presidente da 11ª Bienal, Gilberto Schwartsmann.
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O concerto será comandado pela Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, que receberá convidados, como a Banda Municipal de Porto Alegre, o coro jovem da escola da Ospa e os solistas Nei Lisboa, Olinda Allessandrini e Carllitos Magallanes. Para o repertório, foram escolhidas músicas que conversam com o tema da Bienal, O Triângulo do Atlântico – referência à mistura de raças, credos e culturas da Europa, África e da América do Sul. O continente africano, que terá destaque na exposição, será representado no evento pela participação do Grupo Ìbejí, de percussão e dança nigeriana.
A fachada da igreja será transformada em uma enorme tela para projeções, entre elas a obra Biblioteca do Infinito, da argentina Patricia Linenberg, Faces do Triângulo, de Leopoldo Plentz e Fernando Bueno, e América de Zorávia, homenagem à artista gaúcha Zorávia Bettiol. Também estão previstas uma seleção de trabalhos de artistas gaúchos e uma retrospectiva das Bienais do Mercosul.
Mesmo que a 11ª Bienal do Mercosul tenha sido adiada para abril e junho de 2018, o evento deve marcar presença ao longo de 2017, com atividades gratuitas todos os meses. Em 19 de abril, às 19h30min, o Memorial do RS recebe um debate de historiadores sobre o Triângulo do Atlântico e a contemporaneidade. Em 23 de maio, às 18h, o senador Cristovam Buarque (PPS) falará sobre a relação entre o tema da Bienal e a educação, na Assembleia Legislativa. A programação reflete a vontade de Schwartsmann de fazer uma Bienal diferente:
– Não quer dizer melhor ou pior do que outras bienais. Vai ser diferente porque ao longo desses anos aprendemos muito com os comentários. É frustrante a Bienal ficar pouco tempo (na cidade) e depois ir embora, então resolvemos fazer atividades continuadas – explica.
O presidente também revela que pelo menos 50% do orçamento de R$ 3 milhões já está amarrado:
– Temos vários parceiros comprometidos conosco, como Santander Cultural, Pompeia, Sistema Fecomércio, Vonpar. O orçamento de R$ 3 milhões é flexível. Estamos tentando planejar dentro da realidade econômica e compensar situações financeiras com criatividade. Não me impressiono com números de obras e artistas, me impressiono com qualidade.
Os planos da 11ª Bienal, tanto no orçamento quanto no número de obras, são, de fato, modestos em comparação às outras edições. O valor é menos da metade do que custou a última Bienal do Mercosul e a lista de artistas prevê entre 50 e 60 nomes.
Preste Atenção
Quem não conseguir lugar na escadaria, poderá assistir ao espetáculo por meio de telões.
Em caso de chuva, o evento será realizado dentro da igreja.
Programação
O concerto de abertura das atividades permanentes da 11ª Bienal do Mercosul será neste domingo, às 20h, na escadaria da Igreja das Dores (Rua dos Andradas, 387).
Veja alguns destaques do espetáculo conduzido pela Orquestra de Câmara Theatro São Pedro: Enquanto o grupo Vocal5 canta
– Enquanto o grupo Vocal5 canta Paratodos, de Chico Buarque, os fotógrafos Fernando Bueno e Leopoldo Plentz projetarão na fachada da igreja imagens que retratam a pluralidade cultural e étnica do Brasil.
– Entre os trabalhos projetados na fachada da igreja, está Biblioteca do Infinito, da argentina Patricia Linenberg, inspirado no conto A Biblioteca de Babel, de Jorge Luis Borges.
– O grupo Ìbejí fará apresentação de percussão e dança nigeriana.
– A pianista Olinda Allessandrini irá interpretar Rhapsody In Blue, de George Gershwin.
– Carllitos Magallanes e seu bandoneon são os convidados para a música Oblivion, de Astor Piazzolla.
– Another Brick in The Wall, do Pink Floyd, terá participação do Coro Jovem da Escola da Ospa e de Nei Lisboa, como solista.