Termina nesta terça-feira a 62ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. O Diário Gaúcho circulou pela Praça da Alfândega, no Centro da Capital, conversou com expositores, visitantes e também com a patrona do evento, a escritora Cíntia Moscovich, em busca de dicas para quem deixou para prestigiar a festa literária no último dia.
A feira inicia suas atividades às 12h30min (a área infantil começa às 9h30min) e o cortejo de encerramento está marcado para as 19h30min.
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Engana-se quem pensa que os estoques estarão perto do fim:
– A primeira dica é ler! E em virtude do movimento mais fraco neste ano, existem livros muito bons em estoque – explica o expositor Luis Alberto Araújo, que trabalha na feira há uma década.
Segundo ele, diferentemente de uma feira livre, na Feira do Livro não há xepa (mercadoria geralmente mais barata, comercializada no fim do evento), pois os livros já têm preço estabelecido previamente. Já Bárbara Niffa, de outro estande, discorda: ela diz que, dependendo do valor do livro e do tamanho da compra, há espaço para negociação.
Em busca dos saldos
É consenso entre expositores e público, no entanto, a atratividade dos balaios. Há títulos de escritores como Luis Fernando Verissimo, Roberto Menna Barreto, David Coimbra, Daniel Defoe, entre tantos outros nomes, custando a partir de R$ 5 ou R$ 10, ou ainda a promoção na qual um livro sai por R$ 5 e três por R$ 10. Edmilson Jardim, expositor de livros de literatura infantil e infantojuvenil, destaca que é possível adquirir clássicos da literatura infantil por apenas R$ 1.
– Temos livros com até 40% de desconto – informa Edmilson.
Uma dica interessante para quem está em dúvida sobre algum título, ou precisa de uma indicação, é ter dois dedos de prosa com os expositores. Numa breve conversa, conhecendo o perfil do leitor, eles podem sugerir algum título interessante.
Embora a lista dos livros mais vendidos nesta edição deva ser divulgada no final desta terça-feira pela Câmara Rio-Grandense do Livro, cada expositor sabe na ponta da língua quais foram os títulos mais procurados. Na banca onde Bárbara atende, por exemplo, o livro mais vendido foi O Diário de Larissa Manoela. Em outro estande próximo, o título que mais bombou foi Tá Gravando. E Agora?, da youtuber Kéfera.
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No último dia, o horário no qual deve haver menos movimento, conforme a expectativa dos expositores, é nas primeiras horas de funcionamento da feira. Pela experiência, eles afirmam que, por volta das 16h, a quantidade de público circulando deve ser maior.
"Ninguém sai sem o seu livro"
A psicopedagoga Francine Roveda, de São Leopoldo, visitou a feira em seus últimos dias e ficou satisfeita com o que encontrou.
– Tem muitas promoções, autores novos, ninguém sai sem o seu livro – disse.
Enquanto ela estava de olho em títulos para a escola infantil da qual é diretora, o filho Bruno, sete anos, e a sobrinha Nicole, oito anos, analisavam saldos atentamente. Ele está descobrindo as letras e ela já aprendeu a ler.
– Eles vão olhando e apontando aquilo que mais interessa para depois voltarmos para buscar – ensina Francine.
Além de deixar a criançada livre para escolher aquilo que mais interessa, a dica de Francine é aproveitar a programação cultural da feira. É possível acessar as atrações do último dia no site do evento.
Dicas da patrona
Quando ia à Feira do Livro de Porto Alegre como leitora, Cíntia Moscovich não tinha um ritual específico para percorrer as bancas, às vezes, até levava uma lista de títulos que esperava encontrar. Dos 15 dias de feira, ia à Praça da Alfândega pelo menos dez. Quando tornou-se escritora, passou a incluir a praça de autógrafos na visita, para encontrar os amigos. Como patrona, ela dá a dica ao público que deixou a visita para o último dia:
– O bom é passear na feira, desanuviar, observar, ver se tem algum título que atraia.
Ela esteve na Praça da Alfândega todos os dias desta edição, inclusive sentada na sua cadeira de praia, apreciando a festa. No último dia, não será diferente.
– Foi a feira mais especial de todas. Meu coração explodiu muitas vezes com homenagens. O patrono é a feira. Como as pessoas não podem abraçar a feira, abraçam o patrono e tiram selfies. Se eu cobrasse por selfie, estaria rica – diverte-se.
Cíntia reitera a dica de vasculhar os balaios. Segundo ela, os livreiros reservam bons títulos para manter a atratividade das bancas de saldos, então se investir algum tempo nesta tarefa, o leitor poderá encontrar preciosidades. E completa:
– Ao lado da praça de autógrafos, tem uma carrocinha que vende pão de queijo. É muito barato e muito gostoso, vendem quentinho. Vale a pena – sugere.
Por fim, convida os visitantes a acompanharem a cerimônia de encerramento da feira, na qual são distribuídas rosas e o público se encanta com música.
– É folclórico, é muito tradicional e muito bonito.
Como é o cortejo
Por volta das 19h30min desta terça, o cortejo parte da área infantil, atravessa a Avenida Siqueira Campos, entra pela Área Geral, percorre os corredores da Praça da Alfândega e retorna para a Área Infantil.
No caminho, serão distribuídas rosas para os livreiros, enquanto uma banda com gaita e trompete conduz a multidão com a canção "O dia já vem raiando meu bem / eu tenho que ir embora". No final, um grupo de Afoxé recebe os participantes na Praça de Autógrafos para uma festa.