Mais de 24 horas antes do início do show do Guns N' Roses no Beira-Rio, o que predominava em frente ao estádio eram os acordes de clássicos da banda, como Civil War, Sweet Child O' Mine e Patience.
Na manhã desta segunda-feira, dezenas de fãs aproveitavam o tempo ocioso na fila – que começou a se formar na quinta-feira passada – para relembrar as canções que possivelmente farão parte do setlist. Enquanto alguns arriscavam as melodias no violão, outros improvisavam uma bateria com caixas de papelão, e o restante entoava as letras há anos decoradas.
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Já são cerca de 50 fãs que acampam no local para garantir o máximo de proximidade com a banda durante o show, que ocorre nesta terça-feira, às 21h. Destes, pelo menos 15 vieram de fora do Estado, em maratonas que começaram há mais de uma semana. É o caso do auxiliar administrativo Marcos Paulo Oliveira, de 23 anos. Maranhense, veio da capital São Luís com outros três amigos para ver Axl Rose, Slash e Duff McKagan juntos pela primeira vez depois de 23 anos.
– Saímos de lá na semana passada e percorremos tudo de carro. Chegamos aqui no sábado e não saímos da fila desde então. Foi uma viagem cansativa, mas está valendo a pena. Estou muito nervoso, muito ansioso. Espero que seja um grande espetáculo – animou-se.
Enquanto o tão esperado momento não chega, os grupos de fãs, que em sua maioria dormem em colchões infláveis, se revezam para executar as tarefas do dia. Quando alguns saem para comprar comida ou buscar um lugar para tomar banho, os demais se mantêm sentados na fila para garantir o lugar. Se dá vontade de ir ao banheiro, tem que esperar alguém voltar ao posto. Todo o esforço vale a pena, garante a mercadóloga Karla Evelize, de 31 anos:
– Eu cheguei aqui na quinta-feira passada, às 8h. Sou a primeira da fila e não perco esse lugar por nada. Estou aqui com minhas malas porque vim direto de Brasília. Está sendo uma experiência única, já passei frio, calor, de tudo. Mas é indescritível a sensação de estar próxima de ver a sua banda preferida, na formação original.
Nem há tanto tempo na fila, muito menos com um deslocamento tão grande, o casal de porto-alegrenses Lucas Gomes, 19 anos, e Ingrid Lautert, de 18, compartilhavam a mesma ansiedade pelo show. A dupla, que chegou ao Beira-Rio na manhã desta segunda-feira, acredita que vale a pena passar a noite na rua – mesmo estando a poucos quilômetros de casa – para garantir um lugar mais próximo ao palco.
– São muitas emoções, será um show para lembrar a voda toda. Temos que fazer de tudo para ter a melhor vista dos músicos – justificou Lucas.
A turnê Not in this lifetime, que terá o primeiro show do Brasil em Porto Alegre, ainda passará por São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília.
Foto: Divulgação / Arte ZH
* Zero Hora