O escritor Raduan Nassar, 80 anos, foi consagrado nesta segunda-feira com o Prêmio Camões de Literatura. Nassar é o 12º brasileiro a vencer a premiação, considerada a mais importante da literatura em língua portuguesa. Até então, Portugal e Brasil estavam empatados com 11 autores vencedores cada.
O anúncio foi feito em Lisboa pelo secretário de Estado da Cultura português Miguel Honrado. Como premiação, Raduan, escolhido com unanimidade pelos jurados, receberá o valor de 100 mil euros.
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Fizeram parte do corpo de jurados a professora Paula Morão, o poeta Pedro Mexia, os professores universitários, críticos e escritores brasileiros Flora Süssekind e Sérgio Alcides do Amaral, o autor moçambicano Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica de Maputo, e a ensaísta Inocência Mata.
Conhecido principalmente pelo romance Lavoura Arcaica (1975) e pela novela Um Copo de Cólera (1978), Nassar está afastado da literatura desde os anos 80. Em 2016, Nassar também foi finalista do prêmio Man Booker Prize, que acabou perdendo para a escritore sul-coreana Han Kang.
Instituído com o objetivo de consagrar autores que tenham contribuído para o enriquecimento da língua portuguesa, o Prêmio Camões de Literatura ocorre desde 1988 e abrange escritores brasileiros, portugueses e de repúblicas africanas cuja língua oficial é o português.
Os brasileiros vencedores do prêmio antes do autor de Lavoura Arcaica foram João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), António Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012) e Alberto da Costa e Silva (2014).
Já do lado português, venceram o prêmio Miguel Torga (1989), Vergílio Ferreira (1992), José Saramago (1995), Eduardo Lourenço (1996), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Eugénio de Andrade (2001), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004), António Lobo Antunes (2007), Manuel António Pina (2011) e Hélia Correia (2015).