Em constante transformação e sempre em busca do autoconhecimento, a gaúcha Ana Lonardi se diz diferente daquela que participou do The Voice Brasil, em 2013. Além da maturidade, a cantora de 29 anos conquistou leveza. O riso solto, as roupas e as atitudes – como tirar os sapatos para ficar mais confortável durante a entrevista – demonstram a transformação, que também deve ficar clara, segundo Ana, no show programado para esta terça, às 21h, no Teatro Renascença, na Capital.
– Esse show é a abertura de uma nova etapa. Cada vez tenho mais consciência de quem eu sou como artista, e, por isso, o estilo vai ser diferente. As pessoas podem esperar uma música que lava a alma – declarou.
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O processo de criação começou quando a cantora percebeu o quanto o medo da vulnerabilidade afetava as pessoas, inclusive ela própria. Formada em psicologia e uma “estudiosa de si mesma”, como se define, Ana começou a buscar referências para tentar entender por que isso ocorria e qual seria o antídoto a esse receio. Não se Proteja da Felicidade, música composta para uma amiga que havia passado pelo término de um relacionamento, trata da questão e é justamente o título da apresentação desta noite.
– A gente morre de medo da vulnerabilidade e se fecha ao amor e à felicidade... mas, quando a gente fecha o coração para algo ruim, fecha para algo bom também – ponderou.
Para ela, a música permite que as pessoas reflitam sobre quem elas são. O objetivo, portanto, é estimular o público a ser autêntico. Com participação de Guizo Ribeiro, da banda Melody, Serginho Moah, do Papas da Língua, Vini “4 Cordas” Casares e Monica Tomasi, o show mistura MPB, soul, R&B e jazz. E é uma amostra do primeiro disco de Ana, a ser lançado no segundo semestre deste ano. O repertório inclui algumas canções inéditas, como Samba e Leveza e Por Querer.
O disco, que está sendo finalizado, será duplo: o primeiro CD, chamado Iluminar, terá a base no samba e tratará do espiritual; o segundo, Noturno, abordará sensualidade, paixão e sexo. Foram cinco anos de produção.
– Esse tempo de trabalho foi muito bom. O disco de agora não seria o mesmo se fosse terminado antes. Como eu, ele foi mudando com o tempo.
Ainda em 2016, Ana Lonardi deve lançar o documentário Arte das Musas? no Canal Brasil – que, até agora, foi exibido somente em sessão exclusiva. O média-metragem, idealizado pela cantora, revela bastidores da profissão por meio do olhar de 14 musicistas brasileiras de diferentes gerações, estilos e etnias.
Ana tem mais dois novos documentários em mente. Um deles, antecipa, deverá explorar o lado feminino dos homens e desmistificar o medo de parecer mulher:
– A gente acha que é só com mulher, mas o machismo prejudica também os homens. Não pode gostar de rosa, tem que gostar de cerveja e de futebol. Feminismo é para todo mundo, é não se limitar ao gênero.