Se você, cara leitora, caro leitor, gosta de drama policial, aperte o cinto no sofazão e nunca mais saia da frente de Happy Valley, mais uma série de quebrar queixos criada e produzida pela incrível BBC.
Algumas coisas são fora do padrão: o policial é uma policial, Catherine Cawood, que não é detetive, mas policial uniformizada de Yorkshire, uma região bem diferente da Londres que estamos acostumados a ver.
O cenário é melancólico, a história é trágica. A filha de Catherine cometeu suicídio, e Catherine acredita que a causa foi um sujeito que a estuprou e a engravidou. Numa dessas voltas da vida policial, Catherine se vê diante do sujeito e, daí em diante, tudo passa a acontecer.
Happy Valley vai chocar suas sensibilidades, acreditem. Não por querer chocar gratuitamente, mas porque o mundo onde a série acontece é um mundo propenso a choques e cenas pra lá de fortes. Na verdade, o mundo da série é exatamente o mesmo onde vivemos, mas com a vantagem de ter uma roteirista disposta a mostrar a vida como ela se apresenta, e não como Roliú prefere que ela se comporte. Happy Valley é dura e, por isso mesmo, necessária. Eu comecei e não me livrei mais da sombra de Catherine, por onde quer que eu ande. Pense bem antes de começar. E não se esqueça de que eu avisei.
Essa coluna não costuma informar onde as séries podem ser vistas, porque leitores de ZH, como torcedores em camisas do Grêmio, podem estar em qualquer canto do planeta. Mas, até ontem, Happy Valley estava na Netflix. Se quiser, veja. Happy Valley é boa de doer e, por isso mesmo, é tão boa.
Fica a dica.