Sabem aquele sentimento de vazio que assola os noveleiros de plantão na reta final de uma boa trama? É uma saudade antecipada, uma sensação de que iremos nos despedir de velhos amigos que nunca mais veremos. Para os fãs de Além do Tempo, que já sofreram com o final trágico da primeira fase, esse desfecho definitivo, no próximo dia 15, dá um aperto no coração.
Elizabeth Jhin trouxe para os finais de tarde a inovação de mostrar duas novelas em uma. A primeira parte, que se passava no século 19, encantou pelo romantismo, rivalidades e reconstrução de época impecáveis. Teve começo, meio e fim, para dar lugar a um recomeço, com os mesmos atores, mas novos personagens.
Sem saber dos traumas, amores e ressentimentos trazidos de outras vidas, os personagens do século 21 também ganharam o coração do público. A ideia era mostrar que podemos ter uma nova chance de consertar os erros do passado, ainda que não saibamos conscientemente do que aconteceu na vida passada.
Enquanto os novos personagens tentavam entender de onde vinham os sentimentos, dores e amores dessa vida, o público sabia exatamente o motivo de tantos tormentos. A estranha dor de Melissa (Paolla Oliveira) remetia à morte trágica de dois séculos atrás, a "alergia" de Massimo (Luis Mello) ao casamento vinha da experiência conturbada com sua louca família do passado. Isso sem falar dos romances e reencontros inexplicáveis (para eles, não para nós, telespectadores fiéis).
A boa notícia é que desta vez, os personagens do bem terão seus merecidos finais felizes, os casais que se desencontraram em outras vidas ficarão juntos para sempre e os vilões, cujos erros se repetiram, terão o castigo que merecem. A má notícia é que essa história, agora sim, terá um desfecho, não haverá uma terceira fase. Mas os ensinamentos dos últimos meses ficarão marcados nos telespectadores, muito além do tempo...
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