O desafio de chegar ao topo dos montes mais majestosos do planeta fascina não apenas os exploradores: estar mais perto do céu e literalmente transcender os limites terrenos é um tema caro também ao cinema - a atriz e diretora alemã Leni Riefenstahl, por exemplo, emocionava multidões estrelando os chamados "filmes de montanha" nos anos 1920 e 30, como A Luz Azul (1932). O mais novo exemplar desse subgênero (confira mais títulos ao lado) é Evereste (2015), drama de aventura inspirado em uma expedição verdadeira ao cume mais alto do mundo, estrelado por um elenco recheado de astros internacionais.
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O longa que entra em cartaz hoje na Capital é dirigido pelo islandês Baltasar Kormákur, realizador de policiais hollywoodianos como Contrabando (2012) e Dose Dupla (2013). Evereste acompanha a escalada de uma turma de montanhistas em maio de 1996 ao alto do célebre colosso de pedra na cordilheira do Himalaia. O filme mostra desde a chegada dos alpinistas na fronteira do Nepal com a China até o trágico desfecho depois de atingido o objetivo.
Para galgar os 8.848 metros do monte, dois chefes de expedição resolveram unir seus grupos: Rob Hall (vivido por Jason Clarke, de Planeta dos Macacos: O Confronto) e Scott Fischer (interpretado por Jake Gyllenhaal, visto recentemente em Nocaute). Entre os aventureiros estão o arrogante médico Beck Weathers (Josh Brolin), o determinado carteiro Doug Hansen (John Hawkes) e o jornalista Jon Krakauer (Michael Kelly, do seriado House of Cards).
O time feminino inclui Emily Watson como coordenadora do acampamento de base, Keira Knightley no papel da esposa grávida de Hall e Robin Wright na pele da mulher de Weathers - ambas acompanhando de casa a tentativa dos maridos de escapar da terrível tempestade que impede a descida.
Krakauer contou sua experiência real no livro No Ar Rarefeito, publicado em 1998 e editado no Brasil pela Companhia das Letras. Evereste, porém, passa ao largo do impacto provocado pelo escritor americano em seu relato: o filme hesita entre a emoção e o entretenimento, sem no entanto alcançar sucesso em nenhum dos registros. A história começa acenando com um esboço interessante dos personagens - o desenho dramático, entretanto, não se completa. Por outro lado, apesar das belas e assustadoras cenas de montanha - captadas no próprio Everest e nos Alpes italianos -, falta ritmo e tensão na montagem, imprescindíveis para que o público embarque na trama. Evereste é frustrante como uma subida que fica pelo meio do caminho.
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EVERESTE
De Baltasar Kormákur
Aventura, Grã-Bretanha/EUA/Islândia, 2015, 122min, 14 anos. Estreia nesta quinta-feira no circuito (veja as salas no roteiro das páginas 8 e 9).
Cotação: 2
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