Os violonistas Paulo Bellinati e Marco Pereira nasceram em 1950, na capital paulista, e foram colegas do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo na primeira metade da década de 1970, onde tiveram aula com o professor Isaías Sávio. Tempos depois, morando na Europa, uniram-se em duo e fizeram várias apresentações na França e na Suíça.
Apesar da trajetória tão confluente, essa dupla de instrumentistas internacionalmente respeitada quase nunca voltou a se reunir nos últimos 40 anos - tampouco há registro fonográfico da parceria. Por isso, além da qualidade musical, o concerto desta quinta-feira no Instituto Ling, às 20h, terá o frescor da novidade: o recital em Porto Alegre será apenas o quarto desse reencontro entre Bellinati e Pereira.
Leia mais notícias sobre entretenimento
- Desde 1981, a gente só conseguiu tocar juntos uma vez, durante um festival de violões, em Brasília. A ideia do duo foi do Marco, há um mês. Estreamos no Clube do Choro, em Brasília também, onde fizemos três shows - conta Bellinati, falando por telefone desde sua casa, em São Paulo.
Transitando entre o jazz, a música popular e a erudita, Bellinati e Pereira vêm se alternando em projetos próprios e trabalhos ao lado de artistas como Edu Lobo, Gilberto Gil, Gal Costa, Wagner Tiso, Mônica Salmaso, Carla Bley, Chico Buarque, MPB-4, João Bosco, Leila Pinheiro e Zélia Duncan.
Para o concerto da noite, o dueto preparou um programa que homenageia três mestres da música brasileira: Dilermando Reis (com quatro peças), Garoto (com o choro Língua de Preto, de Honorino Lopes, imortalizada pelo violonista) e Dominguinhos (um pot-pourri de quatro temas). O roteiro inclui quatro composições de Marco Pereira e a versão para dois violões de Jongo, de Paulo Bellinati - gravada pelo compositor americano John Williams e recentemente pelo Duo Assad.
- Pensamos em registrar esse material, os arranjos do Dilermando e do Dominguinhos ficaram lindos. Atualmente, a diferença entre nós dois está nos instrumentos: eu toco um violão de seresta de cordas de aço com palheta, que é do jeito que Garoto tocava. Já o Marco toca um violão de náilon clássico, com os dedos. Em termos de timbre, são muito diferentes, mas complementares. Essas duas cores se misturam, mas são bem transparentes, você percebe quando é um e quando é outro - explica Bellinati, um dos fundadores do Pau Brasil, supergrupo de música instrumental formado no final dos anos 1970 por bambas como o pianista Nelson Ayres e o baixista Rodolfo Stroeter.
MV Bill se apresenta em Porto Alegre nesta quinta-feira
Paulo Bellinati e Marco Pereira
Quinta-feira (30/7), às 20h. Duração: 60 minutos.
Instituto Ling (Rua João Caetano, 440), em Porto Alegre, fone (51) 3533-5700.
Ingressos: R$ 40. Desconto de 50% para estudantes, pessoas acima de 60 anos e portadores de deficiência. À venda no local ou pelo site.
Estacionamento: pago no local (acesso pela Rua Ildefonso Simões Lopes, 323).