Conhecido por clássicos da literatura infantil do Rio Grande do Sul, Carlos Urbim, que morreu neste dia 13 de fevereiro, tem obras que para sempre serão lembradas por quem teve seus personagens como companheiros inseparáveis durante a infância. Relembre alguns deles abaixo.
Rosane de Oliveira: pipas e origamis para dizer adeus a Carlos Urbim
Confira entrevista com Carlos Urbim na série "Ao Pé da Estante" de ZH, em 2011
Um guri daltônico (Tchê!, 1984)
Estreia de Carlos Urbim na literatura, conta com bom-humor a história de Dadau, um menino que, diferente da maioria de seus amigos, não consegue diferenciar o verde do vermelho. Ao longo das páginas, ilustradas por Renato Canini, o protagonista tem ideias criativas para driblar a dificuldade de diferenciar as cores. O título foi relançando em 2009, quando o escritor foi patrono da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Uma Graça de Traça (Tchê!, 1987)
Outro sucessso infantil, foi laçado com ilustrações de Renato Canini, mas ganhou reedições com arte de Monika Papesku e Carla Pilla. Trata da história de Biblió, uma traça que prefere ler livros a comê-los. Com tanto conhecimento acumulado, ela surpreende os leitores, que ficam em dúvida: será mesmo que ela é apenas uma traça?
Personalidades da cultura falam sobre Carlos Urbim
"Sem a literatura oral, não existiria a lenda", disse Urbim a ZH em 2009
Confira entrevista com Carlos Urbim na série "Ao Pé da Estante" de ZH, em 2011
Diário de um Guri (Projeto, 1992)
A partir dos versos de Urbim e da ilustrações de Eloar Guazzelli, o livro recria o diário de um menino, registrando situações marcantes da infância: férias na praia, Natal, aniversário, início das aulas e muitas outras.
Bolacha Maria (WS Editor, 2005)
Ilustrações de Gustavo Nakle
Premiado com o Troféu de livro infantil de 2006 da Associação Gaúcha de Escritores, Bolacha Maria propõe um retorno afetivo à infância pelo paladar. São poemas, que falam de um garoto que se delicia com amendoim, pipoca e coquinhos, caldo de feijão, mas também precisa tomar os remédios amargos, preparando-se para a vida e a dificuldade de engolir as perdas.
Piá Farroupilha (RBS Publicações, 2005)
Ilustrações de Rodrigo Rosa
A história se passa em 1839, durante a Revolução Farroupilha. Deixado sozinho em um acampamento pelo pai com quem viaja pelo Rio Grande, um garoto é espreitado por um grupo de atrapalhados urubus enquanto recebe a visita esporádica de viajantes que cruzam pelo lugar. Ilustrado com aquarelas de Rodrigo Rosa, teve boa repercussão local e fez com que Piá Farroupilha se tornasse um dos personagens mais conhecidos de Urbim, de Guri Daltônico.
Na Noite Estrelada (Edelbra, 2008)
Ilustrações de Carlos Urbim fotografadas por Achutti
Uma "tartaruga gringa que adora polenta", uma "prenda rosa cor-de-cuia" e "botos que ouvem histórias de pescador em Tramandaí". Esses são alguns dos personagens que Urbim cria para as histórias de Na Noite Estrelada, que remetem a regiões e tradições gaúchas, compondo um painel de algumas das principais culturas que formam o Rio Grande do Sul, da Fronteira ao Litoral, passando pela colonização alemã e do Vale dos Sinos, pelas tradições italianas da Serra Gaúcha e pela Guerra dos Farrapos.