Carlos Urbim era, além de admirado por seu talento de escritor, muito querido por colegas de área e admiradores. Visto como um sujeito simpático e alegre, Urbim morreu nesta sexta-feira deixando um vácuo no coração dos amigos. Leia abaixo as palavras de algumas figuras importantes da cultura gaúcha que falam de sua dor ao ver o colega partir.
Rosane de Oliveira: pipas e origamis para dizer adeus a Carlos Urbim
Confira entrevista com Carlos Urbim na série "Ao Pé da Estante" de ZH, em 2011
Conheça algumas das principais obras de Carlos Urbim
"É uma perda imensa para a literatura e para o jornalismo do Rio Grande. Uma figura humana afável a todos que tiveram o privilégio de conviver com ele. Era um escritor entusiasmado com a literatura infantil. Certamente, continuará influenciando outras gerações de escritores."
Victor Hugo, secretário estadual da Cultura do Rio Grande do Sul
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"Carlos Urbim foi um grande aliado da cultura de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Além de tornar a história do Rio Grande do Sul mais acessível às pessoas através de seus lançamentos, ele conseguiu registrar histórias infantis que encantam as crianças até hoje. Urbim representa uma perda muito significativa porque ele sempre foi um amigo afável, um grande colaborador tanto na área editorial quanto na área administrativa da Cultura no Estado e no município e uma pessoa perspicaz e espirituosa."
Roque Jacoby, secretário da Cultura de Porto Alegre
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"Foi uma notícia horrível. Ele era um amigão do peito, para a hora boa e para a hora ruim. É uma perda pessoal, cultural e literária. O Urbim era um cara terno e muito amigo. Uma das características dele era a dedicação. Acho incrível a devoção dele para o trabalho. Ele também tinha a questão da brincadeira e da alegria infantil. Não tinha como estar perto do Urbim e ficar triste."
Cíntia Moscovich
, escritora
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"Carlos Urbim foi um grande amigo. Era uma das personalidades mais marcantes da literatura infantil. Ele que começou a mostrar que essa área tem qualidade, que é um compromisso muito grande com a própria literatura e com a criança. Foi um dos nossos maiores escritores, fica um espaço na literatura infantil que dificilmente será preenchido pela personalidade e generosidade do Carlos, o modo como ele sempre ajudou os colegas, sempre se preocupou com que a literatura fosse maior e transcendesse às coisas mais comuns, às pequenas dificuldades. É uma perda enorme, nós passaremos um bom tempo ainda tentando entender porque Carlos se foi, essa figura bonita, amável, generosa e esse grande escritor."
Marô Barbieri
, escritora
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"Foi uma grande perda pessoal e também para a literatura juvenil. Ele deixa um legado grande. Atendeu uma área que poucos tiveram a competência de atuar. Estou surpreso e triste. A minha relação com ele é antiga e muito próxima, desde as ações da Associação Gaúcha de Escritores até os últimos tempos. Tenho dificuldade de expressar a dor que sinto."
Luiz Antonio de Assis Brasil, escritor e professor
Conheça algumas das principais obras de Carlos Urbim
"Sem a literatura oral, não existiria a lenda", disse Urbim a ZH em 2009
"O jornalista Carlos Urbim era uma das únicas unanimidades em nossa profissão. Não se levantará uma só voz para falar o contrário e somente se ouvirão manifestações de tristeza pelo seu desaparecimento. Todas, nesse tom, receberiam sua desaprovação quando em vida, se pudesse, porque sua característica era justamente uma alegria de viver, uma compreensão pelos problemas alheios e, sobretudo um entendimento com jovens e crianças, com adolescentes e também com os mais maduros.
É o que se verá nas próximas horas, à medida em que, nesta sexta-feira, 13, forem tomando conhecimento de que Carlos Urbim, o jornalista gaúcho de 67 anos, nascido em Santana do Livramento, estava nos deixando numa idade que hoje se diria, prematura, quando a média se eleva cada vez mais.
Céu nublado em Porto Alegre, diz a previsão do tempo. Também, pudera! A perda de um profissional deste nível, abalaria qualquer categoria. Urbim, nasceu em Santana do Livramento. Foi operado sábado passado, e ontem voltou à cirurgia, dessa vez na veia aorta. Não resistiu às complicações e nos deixou nessa manhã de sexta no Hospital Mãe de Deus."
Walter Galvani, jornalista e escritor, via Facebook
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"O Urbim foi um amigo-criança, no melhor dos sentidos. Sempre tão
disposto e bem-humorado que, às vezes, até irritava a gente. Dele ganhei de presente, além de um livro em parceria, orelhas-de-macaco encontradas no Parcão, uma escultura de bolinhas de gude e um trevo-de-quatro folhas pintado de azul. Quando uma pessoa sem maldade desse jeito vai embora, o mundo todo sente falta."
Claudia Tajes, escritora
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"O Urbim deixa uma marca profunda na Zero Hora. Foi um inspirado criador de suplementos infantis e um editor de mão cheia que ajudou a impulsionar muitos cadernos de ZH, como o Vida e a Revista ZH. Meticuloso, criativo, Urbim deixa gerações de admiradores no jornalismo. Grande colega, Urbim foi por mais de 10 anos uma presença querida de todos na redação de Zero Hora. Suas ideias, ideais e sua risada única ecoarão para sempre na redação."
Marcelo Rech, Diretor-executivo de Jornalismo do Grupo RBS
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Ao pensar a literatura infantil gaúcha, em sua gênesis, fica difícil não citar o nome do Urbim. Ele construiu alguns degraus para que os que vieram após ele pudessem caminhar com mais segurança pelos caminhos literários que conduzem ao coração das crianças. Traz em seus textos uma simplicidade difícil de conseguir, um jeito especial de ser criança junto com o público ao qual destinava seus textos. Deu vida à Biblió e à Teca, ao Guri Daltônico, que tanta fantasia propiciaram a corações infantes. Urbim se vai, mas a literatura dele fica, afagando imaginações.
Lembro que, certa vez, em um encontro literário, ao enfocarem a então incipiente literatura digital, alguém falou que, com uma rede de amigos, poderia viver-se apenas de vender livros pela internet. E ele, com aquele vozeirão, com aquele jeito criança de ser (sem censuras em demasia), ergueu-se e cantou: "Eu quero ter um milhão de amigos..." A gargalhada foi geral. E minha admiração maior: bom estar perto de quem produz risos.
Por isso, quando penso no querido Urbim (e esta será sempre a imagem dele que ficará comigo), penso em doçura e em uma alegria imensa com e pelo mundo infantil. Sua sinceridade sempre me serviu de guia. Um dia, quem sabe, serei eu como ele, que agora vai povoar a noite com mais e mais estrelas."
Caio Riter, escritor
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"Sou o editor que lançou ele em 1984 com Um Guri Daltônico. Acho que foi o primeiro livro publicado em CD-ROM.
Até então, muitas crianças tinham daltonismo e não sabiam. Foi inovador no tema e ele foi muito corajoso ao falar sobre o assunto, foi um marco. Ultimamente, convivemos no projeto Osseis de POA com os escritores Christina Dias, Luiz Paulo Faccioli, Lu Thomé e Sergio Napp. Nos encontrávamos para escrever em conjunto. O grupo produziu dois livros juvenis: Aqui Dentro Há um Longe Imenso e o Foi o que Coube na Mochila. As reuniões eram maravilhosas, ele era a nossa referência. Ele guiava no sentido de falar com o jovem. Tinha muita sensibilidade na comunicação."
Airton Ortiz, jornalista e escritor
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"O Urbim era um embaixador das delicadezas do mundo radicado no território da vida prática e cotidiana. Gostava de brinquedos, de crianças, de poesia e de tudo que era bonito e sutil. Como jornalista, foi um editor elegante e sensível que marcou todos os repórteres que tiveram a sorte de trabalhar com ele."
Cláudia Laitano, jornalista e escritora
Relembre através de imagens momentos da vida de Carlos Urbim