Eu sempre tive uma grande admiração pelos grupos de teatro amador, responsáveis pela formação de plateias e, às vezes, até de atores. Afinal, eu também comecei a minha carreira num grupo amador, no Rio de Janeiro - o Teatro da Bibsa - de onde saíram alguns expoentes do teatro e do cinema brasileiros - Paulo Afonso Grisolli, Yan Michalski, José de Freitas, Luiz Alberto Sanz e, sem falsa modéstia, eu.
Por aqui houve tempos em que a Federação de Teatro Amador do RGS (Fetargs) promovia festivais em oito regiões do Estado, e os vencedores desses festivais participavam da edição final, sempre realizada em Erechim. Hoje, alguns municípios ainda arriscam apoio a grupos realizando festivais anuais - Gravataí, Itaqui, Rolante, Três Coroas, Rosário do Sul, Osório e alguns outros, o que, sem dúvida, é uma atividade significativa na cultura da região.
O teatro realizado nas escolas sempre foi um instrumento didático da maior importância, pois, afinal, o teatro é a arte do conflito, do enfrentamento, e lidar com essas diferenças sem ter que sofrer suas consequências é sempre um bem insuperável. Foi o que deduzi da minha experiência como professor na Universidade de Nova York, em que os alunos de todos os cursos deviam obrigatoriamente fazer pelo menos um semestre de teatro.
Semana passada fui a Bento Gonçalves ministrar uma oficina de Análise do Texto Teatral a convite de um grupo que não conhecia, mas que me cativou. O nome do grupo é A Trupe dos Quatro, embora sejam seis os integrantes: Cristian Bernich e Edson Possamai, os diretores, Eder Rodrigues, Fernanda Moreira Rodrigues, Renata Zanchetti e Rosane Marchetto.
O grupo, já com 10 anos de vida, inaugurou recentemente a Sala de Ensaio, um espaço atraente e bem equipado, que será usado para ensaios, cursos, oficinas e, até mesmo, para apresentações. A última produção, estreada em 2013 e intitulada Cru, é um espetáculo de teatro e dança que anda rodando por aí pela Serra e já foi até Córdoba, na Argentina. Esperamos ter a chance de assisti-lo no próximo POA em Cena.