Philip Roth, considerado um dos mais brilhantes escritores americanos de sua geração, confirmou que vai parar de escrever e que pretende se aposentar da vida pública após uma última entrevista, da qual a BBC exibiu alguns trechos na segunda-feira (19/05).
Em um documentário em duas partes - a primeira será exibida nesta terça-feira (20/05) -, o romancista de 80 anos declara ao entrevistador, Alan Yentob:
- Esta é minha última aparição na televisão, absolutamente minha última aparição em um palco em qualquer lugar.
Philip Roth surpreendeu o mundo literário há 18 meses ao anunciar à revista francesa Les Inrockuptibles que estava parando de escrever.
- Havia chegado ao final. Já não tinha mais nada sobre o que escrever - disse à BBC o autor de 31 livros em mais de meio século.
Seu último livro, Nêmesis, foi lançado nos Estados Unidos em 2010.
- Eu pretendo dedicar-me à grande tarefa de não fazer nada. Eu tive ótimos momentos durante os últimos três ou quatro anos. Agora que não escrevo, só quero jogar conversa fora - disse.
Durante os 53 anos de uma carreira que o tornou famoso em todo o mundo, Philip Roth conquistou vários prêmios: o Pulitzer em 1998 por Pastoral Americana, o National Book Award em 1960 por Adeus, Columbus e em 1995 por O Teatro de Sabbath, além do Príncipe das Astúrias das Letras em 2012.
Neto de imigrantes judeus do leste da Europa, nascido em Nova Jersey, perto de Nova York, Philip Roth escreveu 31 romances.
Seus relatos provocadores sobre a moral da pequena burguesia judaico-americana, sátiras políticas, reflexões sobre o peso da história, ou mais recentemente sobre o envelhecimento, geralmente ficam na fronteira entre a autobiografia e a ficção.
Roth ganhou fama em 1969 com seu terceiro romance, O Complexo de Portnoy, que gerou grande polêmica. No livro, o jovem protagonista aborda sem rodeios com um psicanalista sua obsessão pela masturbação e a relação com a mãe, os Estados Unidos e o judaísmo.
AFP