O carisma de Vitor Ramil mobilizou dezenas de fãs em sua passada pela Feira do Livro. Autografando o Songbook, lançado neste ano, o músico recebe o carinho do público e deu atenção a todos que carregavam seus livros, sendo um dos últimos da Praça da Alfândega.
- Sempre que posso vou aos shows dele. É muito sensível, excelente músico e compositor. Estou levando o Songbook para o meu sobrinho que toca violão - conta Iberê Marchiori, na fila por um autógrafo.
O bate-papo com o músico, que ocorreu na mesma tarde, também levou grande público ao auditório Barbosa Lessa. A mediação do encontro foi de Tito Montenegro, editor da Arquipélago. Durante o evento, o silêncio era absoluto e a atenção voltada inteiramente ao músico.
- Eu falo demais - diz Vitor em tom descontraído.
- Estamos aqui para isso, para te ouvir - alguém da plateia responde.
O músico aproveitou o momento para contar aos fãs a relação com o pai descrita no livro, a qual compara com sua identificação com o personagem Capitão Ahab, de Moby Dick.
- Descobri que o capitão era eu mesmo - O compositor ainda revelou que considera suas canções introspectivas, mas não tristes:
- As vezes coisas que as pessoas veem como tristes, eu não sinto dessas forma. Talvez eu tenha uma visão diferente de melancolia - filosofou ele.
Ao fim do evento, a participação do público se intensifica, e Ramil foi questionado sobre suas inspirações e a experiência de voltar para o Sul.
- Após morar no Rio de Janeiro, um lugar de grandes contrastes com o Sul, fui levado a refletir. Voltei muito fortalecido. Foi no Rio que me dei conta que a estética do frio nos determinava, ainda estou atrás dessa identificação da minha música com o sul, porém sem estereótipos - ele contou para o público.
No final, Vitor convidou a plateia a tocar com ele as músicas do Songbook. As canções: Ramilonga, Milonga de los Morenos, Espaço e Deixando o Pago receberam acordes de quatro participantes que toparam o desafio, recebendo calorosos aplausos.
- Tenho orgulho dele porque sou de Pelotas. Ele tem conseguido contextualizar a música do Sul no Brasil, transmitindo suavidade e muita emoção - disse a professora Eloá Torres ao fim da apresentação.