Consolidado como um dos principais painéis brasileiros da música produzida na América Latina, o El Mapa de Todos dá início à sua quarta edição nesta terça-feira mirando mais alto.
Com 15 atrações nacionais e internacionais divididas em três noites, o festival quer agora se tornar referência quando o assunto for a ponte entre a América que canta em espanhol e a que canta em português.
Depois de uma primeira edição em Brasília - quase protocolar, mas necessária para colocar o nome do festival em evidência -, o El Mapa encontrou em Porto Alegre sua casa ideal. Na capital que mais e melhor recebe nossos vizinhos, o curador Fernando Rosa impressiona-se, a cada edição, com o entusiasmo da audiência diante de artistas pouquíssimo conhecidos.
- No ano passado, o público foi à loucura com o Bareto, um peruano que faz releitura de cumbia. É um sinal inequívoco de que as pessoas estão reagindo cada vez melhor à novidades, estão se abrindo - salienta Rosa.
O resultado da boa recepção das últimas edições refletiu-se diretamente na produção do evento deste ano. A propaganda boca a boca e em mídias alternativas fez com que a situação se invertesse e os próprios artistas começassem a procurar o festival oferecendo seus préstimos. Com isso, gente que já veio quer voltar, e quem nunca veio fica interessado.
- O El Mapa está cumprindo bem esse papel de ponte, porque não somos apenas nós que achamos que os artistas do restante do continente estão distantes, eles também acham isso da gente. A ideia é diminuir essa distância - aponta Rosa.
A aposta para este ano continua sendo a cara da América Latina: festiva e variada. Embora o corte final seja o rock, a mistura de gêneros predomina, principalmente entre os hermanos. O uruguaio Max Capote, por exemplo, mescla música sessentista com acento brega, enquanto o colombiano Esteban Copete trabalha bastante percussão. Nem a decana La Vela Puerca, do Uruguai, é adepta do purismo musical: são mais de 15 anos misturando rock com ska e reggae.
- E tem ainda o mix de rockabilly com punk dos venezuelanos Los Mentas e o indie folk da dupla Las Acevedo, da República Dominicana - elenca Rosa.
Os gaúchos Ian Ramil, Frida e O Curinga representam a nova geração local, enquanto os veteranos Comunidade Nin-Jitsu e Ultramen encerram duas das três noites.
Shows (No Opinião, a partir das 21h)
> Terça - Ian Ramil, Las Acevedo (República Dominicana), Acústicos & Valvulados, Max Capote (Uruguai) e Comunidade Nin-Jitsu
> Quarta - Esperando Rei Zula (Brasília), ruido/mm (Curitiba), Frida, Valle de Muñecas (Argentina) e La Vela Puerca (Uruguai)
> Quinta - O Curinga, Finlândia (Brasil/Argentina), Esteban Copete y su Kinteto Pacifico (Colômbia), Los Mentas (Venezuela) e Ultramen
> ingressos - R$ 20, nas lojas Multisom do Centro (Andradas, 1.001) e dos shoppings Iguatemi, Praia de Belas, Moinhos, Total, Barra, Bourbon Ipiranga, Canoas Shopping, Bourbon São Leopoldo, Bourbon Novo Hamburgo e Bourbon Wallig; pelo site www.opiniaoingressos.com.br (com taxas).
Seminário (Entrada franca)
> Quarta - O Negócio Internacional da Música, na CCMQ (Andradas, 736), às 10h, com Iuri Freiberger e Marcelo Fruet; às 14h, com Paulo André, presidente da entidade Festivais Brasileiros Associados, Antonio Gutierrez, diretor da Asociación para el Desarrollo de la Industria de la Música Iberoamericana, e Fernando Rosa, curador do El Mapa de Todos; às 16h, com Cláudio Jorge, coordenador de Patrocínio à Música e Patrimônio da Petrobras, e Rafael Balle, gestor-executivo do Pró-Cultura RS.
> Quinta - A (Re)construção de uma Identidade Ibero-americana sem Fronteiras, no Hotel Ritter (Largo Vespasiano Julio Veppo, 55), às 14h, com Roque Jacoby, secretário de Cultura de Porto Alegre, Guillermo Herzel, da Unidade Temática de Cultura da Rede Mercocidades, Antonio Gutierrez e Gabriel Turielli, organizador do festival uruguaio ContraPedal; às 16h, com Pedro Só, editor da Billboard Brasil, Pablo Hierro, produtor do festival argentino Music Is My Girlfriend, Paulo André e Marcus Losanoff, produtor e apresentador do programa Cambio, de música latina.