Decidi sair d'Os Replicantes em 2002, depois de constatar, pela enésima vez, que havia certas incompatibilidades entre fazer shows de madrugada e dar aula às 8 da manhã, especialmente quando o show era em São Borja, e a aula, em Porto Alegre. Mas uma parte de mim ficou na banda e se recusava a sair da estrada. Durante um bom tempo, eu sonhei com as viagens intermináveis, com os cheques sem fundo de produtores calhordas, com os punks selvagens de Esteio e Cachoeirinha, com as fãs maravilhosas de Caxias (sim, eu vi pelo menos três, perdidas naquela multidão de gringos), com o maior show de rock de todos os tempos (assistido por sete pessoas na boate Kalahari, em Charqueadas) e até com o bombo leguero que toquei em Palmeira das Missões.
Coluna
Carlos Gerbase: Saudade replicante
Durante um bom tempo, eu sonhei com as viagens intermináveis, com os cheques sem fundo de produtores calhordas